quinta-feira, 5 de junho de 2008

Medalha Alferes Tiradentes

Aos Ilustres IIrm.: da UNILOJAS.

Venho com muita satisfação e honra convidar a todos os IIrm.: para a Solenidade comemorativa aos 233º aniversário da Polícia Militar de Minas Gerais, patrimônio do povo mineiro, evento onde o irmão, por ato do Excelentíssimo Senhor Comandante Geral da PMMG, será condecorado com a comenda “Medalha Alferes Tiradentes” - 2008.

Um Trip.: e frat.: abraço aos confrades e IIrm.: desta renomada e distinta Potência.

Or.: de Belo Horizonte, 05 de junho de 2008 da E.:V.:

segunda-feira, 19 de maio de 2008

MINUTO DA FAMÍLIA 004

Suas crianças precisam de um talão de cheques?

Nossa sociedade é materialista.
Então as crianças podem facilmente acreditar que é
normal ter um legítimo tênis Nike ou roupas de grandes
marcas para irem à escola.
Bem, talvez nós precisemos apresentar nossas crianças ao mundo real.
Nós podemos colocá-los como voluntários em uma cozinha
de sopa-dos-pobres ou em um abrigo para mendigos.
Podemos envia-los em uma missão a um lugar onde a pobreza
signifique ir dormir com fome -- não apenas ir sem uma tevê em cada quarto.
Experiências como estas podem ajudar-lhes a ver o que é o mundo real.

Lembre-se, sua família em primeiro lugar!


Por Mark Merril
Tradução Sergio Barros

sexta-feira, 16 de maio de 2008

MINUTO DA FAMÍLIA

Meus Irmãos,
A partir de hoje passarei, se possível diariamente, a divulgar textos denominados "MINUTO DA FAMÍLIA", os quais foram gentilmente cedidos por um Irmão que os coleciona desde o início.
Espero que possam ser úteis ajudando a refletirmos acerca dos nossos relacionamentos familiares.
TFA.
Lana

MINUTO DA FAMÍLIA 001

Quer que suas crianças tenham um grande vocabulário?

Então converse com elas.
Estudos mostram que quanto mais você fala com suas
crianças, mais palavras elas terão em seu vocabulário.
A chave aqui é a comunicação direta
- pessoa à pessoa - preferivelmente pai à criança.
Apenas escutar as conversações não tem o mesmo efeito.
E os pesquisadores afirmam que assistir TV produz pouco
impacto positivo no vocabulário de uma criança.
Assim, gaste tanto tempo quanto você possa com suas crianças,
dê-lhes toda a atenção e muitas e muitas palavras de carinho.

Lembre-se, sua família em primeiro lugar!

001 -Por Mark Merril
Tradução Sergio Barros

MINUTO DA FAMÍLIA 002

Suas crianças têm música em suas vidas?

Toda criança deve explorar suas habilidades musicais.
E, a música pode dar disciplina e confiança
- especialmente nas crianças que não podem sobressair
em atividades físicas ou acadêmicas.
Se você puder pagar aulas particulares, manda ver.
Se não, veja o que a escola pode oferecer.
Procure também por programas e projetos da comunidade.
Introduza sua criança à alegria da música.
Quem sabe, você pode ter um Mozart em casa!

Lembre-se, sua família em primeiro lugar!

002 - Por Mark Merril
Tradução Sergio Barros

MINUTO DA FAMÍLIA 003

Você está conduzindo suas crianças à perfeição?

Durante o ano escolar, você espera o máximo de suas crianças?
Sim, está certo querer que suas crianças façam o melhor.
Mas quando suas melhores notas forem um B
em vez de um A, você está disposto a aceitar?
E como você reagiria se receberem um C?
Para ajudar a nossas crianças a atingir todo o seu
potencial, precisamos dar-lhes as ferramentas.
Sim, isso deve incluir a instrução ou o tempo extra de estudo,
mas inclui também ser amável e dar apoio, mesmo quando
suas habilidades não se encontram com nossas maiores expectativas.

Lembre-se, sua família em primeiro lugar!

003 - Por Mark Merril
Tradução Sergio Barros



sexta-feira, 28 de março de 2008

O MAÇON E SUA LOJA

O MAÇOM E SUA LOJA
Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos habitem em união... Existe uma historinha que volta e meia estamos ouvindo no meio maçônico, mas que nunca é demais repetir: Conta-se que em uma pequena cidade da Inglaterra havia um pastor que conhecia praticamente todos os cidadãos da localidade. Nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas ocupassem sempre os mesmos lugares na igreja. Assim, num determinado banco, sempre estava um senhor muito respeitado e querido no lugar. Num determinado dia, o pastor notou que aquele banco estava vazio. Achou estranho. Porém, não se preocupou muito porque era comum alguém faltar ao culto esporadicamente por um motivo ou outro. Na semana seguinte, novamente o banco estava vazio, levando o pastor a especular-se sobre o fato. Na terceira semana o banco continuou vazio. Terminado o culto, o pastor dirigiu-se à residência daquele Irmão para indagar-lhe o motivo de suas ausências. O cidadão argüiu que há muitos anos freqüentava aquela igreja e que já estava achando os cultos muito enfadonhos e repetitivos. Disse que já sabia de cor e salteado tudo o que o pastor falava. Foi então que o pastor foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima da pedra que servia de parapeito da janela. Dentro de pouco tempo, essa brasa começou a se apagar. Passados alguns instantes de silêncio entre aqueles dois homens, o cidadão faltoso disse: Pastor compreendi a sua mensagem. E voltou a freqüentar o culto como sempre o fez. Moral da história: Uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

Meus Irmãos! A pequena história que contamos acima vem bem a calhar com o que acontece nas Lojas Maçônicas de forma geral. Muitos Irmãos deixam de freqüentar a sua Loja alegando motivos muitas vezes inconsistentes. Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada. A Maçonaria, como já depreendemos, visa à mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o homem evolua interiormente, e em fazendo isso estará contribuindo para a evolução não só dos Maçons de forma particular, como de toda a sociedade. O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão por todo o tempo. O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres.
Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou participar de qualquer evento, sociedade ou o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos. Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nós nos propusemos. Em outras palavras: devemos colocar AMOR naquilo que fazemos. A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma Cerimônia de Iniciação, quando o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude. Mas será que a Iniciação consiste somente naquela Cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a resposta é NÃO. A Iniciação envolve todo um processo no qual o Iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda sua vida maçônica. O verdadeiro Maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem, os ensinamentos de que carece para sua evolução. Infelizmente, muitos Maçons esperam que após a sua Iniciação, lhes seja aberta a cabeça e lá colocados vários tonéis de conhecimentos. Muitos Maçons têm a ilusão de que com a Iniciação, lhes seja revelada uma fórmula mágica que propicie uma mudança radical em sua vida. E isso, evidentemente, é só uma ilusão. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma. Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas. Por outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de Maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente. Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro há mais tempo, não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e estes por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos. É aquela velha máxima que diz que "o homem é um produto do meio". O verdadeiro Maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele. Por outro lado, devemos compreender que se queremos ser verdadeiramente Maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros. Se ingressarmos na Ordem e deparamos com um ambiente que não corresponde à expectativa que tínhamos, certamente que o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte da mesma, porém de forma indiferente. O procedimento correto do verdadeiro Maçom é procurar se evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós procurarmos agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores Maçons e, por conseqüência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo. É fácil reconhecer um Maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a Sessão está demorando e que precisa ir embora por um motivo ou outro; ele sempre encontra razões em não colaborar com os afazeres da Loja. Assim, um dos preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância. Sem a tolerância não haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima. Tolerância não significa conivência. Devemos sim, ser tolerantes com as falhas dos IIr:., com todos os seus defeitos e fraquezas, jamais com a preguiça e a indolência. Falamos também acima, que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Então, quando participamos de uma Sessão Maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade possível. Ao nos dirigirmos para a Loja a fim de assistirmos os Trabalhos, devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes. Só assim estaremos contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do Templo, e por conseqüência, auferindo os benefícios que dela advêm. Essa corrente de pensamento positivo é a chamada EGRÉGORA MAÇÔNICA. Os Irmãos certamente já experimentaram a sensação de paz que existe em determinados locais, principalmente em Templos religiosos ou outros lugares onde não exista a presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões. Conforme prevê a nossa Constituição, "a Maçonaria pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever". A Maçonaria propaga e defende a VERDADE como simples verdade. Assim, se o Maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para faltar a uma Sessão é o verdadeiro? Será que estamos doando de nós tudo o que podemos em beneficio de nossa Loja, em beneficio do grupo a que pertencemos, ou seja, em beneficio de nós mesmos? Vale a pena meditar sobre isso! Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém já disse que "o todo é muito maior do que a simples soma das partes” ? T.F.A.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Reflexões

(*Procura-se o autor)

"A força não provém de uma capacidade física e sim de uma vontade indomável " - Mahatma Gandhi

SOLTE AS AMARRAS

Você já pensou porque o elefante, um animal enorme, fica preso a uma corda frágil que, com poucos esforços ele arrebentaria?

Isso ocorre porque o homem usa um meio eficaz de submetê-lo, quando o elefante ainda é um bebê e desconhece a força que tem.

Preso a uma corda, o bebê elefante tenta escapar. Faz esforços, se debate, se machuca, mas não consegue arrebentar as amarras.

A cena se repete por alguns anos. As tentativas de libertar-se são inúteis.

O elefante desiste.

Vencido pelas amarras, ele acredita que todos os seus esforços serão inúteis, para sempre.

Assim é que, depois de adulto, o gigante fica preso a uma fina corda que ele poderia romper com esforços insignificantes.

Fazendo um paralelo com o ser humano, poderíamos fazer a mesma pergunta: porque um ser tão grandioso, potencialmente criado para a perfeição e a felicidade, se deixa vencer por amarras tão sutis e sem fundamento?

São cordas invisíveis que vão imobilizando um gigante e, por fim, ele se conforma e se submete, sem questionamentos.

Essas cordas podem ser facilmente percebidas, basta um olhar mais atento.

A idéia de que o homem foi criado para o sexo e não o sexo para o homem, insuflada desde a mais tenra idade, faz com que o adolescente se deprave, se prostitua e se infelicite.

O adulto, acostumado com essa amarra invisível, se reduz a um escravo sexual, infeliz e exausto, quando poderia usar as potencialidades sexuais para a vida e para o amor, consolidando uniões maduras e baseadas no sentimento.

A sutilidade das chamadas para o vício, propositalmente exibidas em cenas de programas e comerciais, cujo maior público é de menores de idade, gera uma potente amarra para o jovem que, para ser aceito pelo grupo se embrenha em cipoais de difícil saída.

A sensualidade mostrada em larga escala como o "supra sumo" cria clichês de protótipos perfeitos e fisicamente bem esculpidos, infelicitando aqueles que não atendem a tais pré-requisitos.

O culto exagerado ao dinheiro, ao ter, ao status, em detrimento do ser, do desenvolvimento das potencialidades intrínsecas do ser, gera amarras que paralisam muitas criaturas.

Umas porque se tornam escravas do que não possuem e gostariam de possuir, outras subjugadas pelos bens que amealharam e querem reter a qualquer custo.

As amarras são tantas e tão sutis que geram uma paralisia generalizada, submetendo uma gama enorme de gigantes que desconhecem suas potencialidades e seu objetivo na face da terra.

Ao invés de buscar as estrelas, herança natural dos filhos de Deus, se voltam para o ilusório, para o fútil, para os falsos valores.

Criados para a eternidade, esses gigantes se conformam com as aparências, com o transitório, com a roupa que irão vestir, com o que os outros pensam a seu respeito.

Filhos da luz, se deixam tombar nas trevas da ignorância, da desdita, do desespero.

Vale a pena meditar sobre isso e buscar identificar essas tantas cordas invisíveis que nos impedem de alçar vôo.

O vôo rumo à liberdade definitiva, rumo às paragens sublimes que aguardam esses gigantes em marcha para a perfeição.

Cada um de nós é um ser especial

Nosso destino nos pertence. Não nos permitamos prender pelas cordas invisíveis que outras mentes desejam nos impor.

Nós temos um sol interior e nossa força é muito maior do que possamos imaginar.

Rompamos com todas as amarras e busquemos as alturas... Somos filhos da luz e herdeiros das estrelas.

Pregar liberdade e oprimir; pregar igualdade e discriminar; pregar fraternidade e desdenhar, é a mais infame hipocrisia!

O Maçom que discrimina, outro, dizendo-lhe não reconhecer a sua condição de Maçom, é tão infame quanto um Católico dizer a um Evangélico, e vice-versa, desconhecer a sua condição de CRISTÃO.

Toda discriminação é infâmia e é infame todo aquele que discrimina !

Como ‘DEUS’ na sua misericórdia, não castiga o infame, o ‘DIABO’ , ao seu igual, encarregue-se de faze-lo !

"Irregularidade é bazófia dos prepotentes cujo egoísmo é alimentado pela crendice dos néscios."

Antonio Fernandes Teixeira

IRREGULARIDADE, UM ASPECTO MERAMENTE POLÍTICO

Ir. Bartolomeu Martins dos Santos / M.:I.:(*)

A grande discussão da “regularidade” e “irregularidade” maçônica começou a tomar maior vulto, quando a Grande Loja Unida da Inglaterra criou os 8 Landmarks ou limites (1929), impondo regras anglo-saxônicas, portanto, particulares e não universais. O sexto landmark suscitou um grande embate com a Maçonaria Francesa. A citação da Bíblia como Livro Sagrado foi um dos obstáculos históricos que provocaram o cisma da Maçonaria Francesa entre a Maçonaria Inglesa e, Wirth diz que “os anglo-saxões, ao exigir a Bíblia, e somente a Bíblia, negam a universalidade da Maçonaria (grifo do autor) e, se encararmos o problema desse ponto de vista, a “irregularidade” está do lado deles, e não do nosso”. Oswald Wirth, dizia ainda: “somos obrigados a nos inclinar diante dos fatos. Os anglo-saxões querem ter sua Maçonaria particular e renunciam ao universalismo proclamado em 1723”( grifo do autor).

Estava criada a controvérsia, o Grande Oriente da França era decretado “irregular”. A Maçonaria Francesa entendia ser nesse ponto, particular e íntimo, o dogma religioso, suprimindo a expressão A.: G.: D.: G.: A.: D.: U.: e a leitura ou abertura da Bíblia, nos trabalhos, insistindo ser de foro íntimo a crença religiosa, optando, como Livro Sagrado, as Constituições de 1723. (Nesse particular, sem discutir o aspecto da crença de cada um, achamos apenas que como o Altar dos Juramentos é um local tido como sagrado, o mais apropriado seria que o Livro das Constituições, que preza as relações administrativas e legislativas, deveria ficar na mesa do Orador.) A França sempre foi o berço das liberdades. Muitos entendem, particularmente de seu juízo, que a Maçonaria Francesa (GOF) seja atéia, o que é menos verdade.

Mas, este foi apenas um dos pontos históricos para a discussão da “regularidade” e “irregularidade”. Jules Boucher, em SIMBÓLICA MAÇÔNICA, cita Papus: “É evidente que cada Potência Maçônica constituída sempre verá com maus olhos o nascimento ou chegada em seu local de ação de uma Potência nova, ou vinda de fora. Esquecendo-se bruscamente de todos os ensinamentos de Fraternidade, de Tolerância e de Verdade ensinado nos discursos oficiais, irão comportar-se em relação com a nova criação, exatamente como se comporta uma nova Igreja: apelo à irregularidade, excomunhão maior ou menor, proibição aos irmãos de freqüentar os recém-vindos, enfim, tudo o que se censura nos sectários religiosos.”

No mundo, hoje, existem dois blocos maçônicos: os “regulares”, isto é, os que têm a chancela anglo-saxônica e os “irregulares”, isto é, aqueles que não reconhecem a Grande Loja Unida da Inglaterra, como a ÚNICA DONA da Maçonaria, que se arroga detentora única do poder de emitir Warrants de reconhecimento. Ressalvando-se, é claro, sua situação de primeira Obediência institucionalizada. A Grande Loja Unida da Inglaterra vê-se hoje, obrigada a aceitar que a poderosa Maçonaria Norte Americana, emita Warrants de “regularidade”, por tabela. E tem mais; em situação recente, a Inglaterra retirou o reconhecimento do Grande Oriente da Itália (dirigido por Virgilio Gaito) e, os EUA (1994) o mantiveram. Situação semelhante ocorreu na Grécia. Está se formando um temporal na discussão e abrangência do poder, dito único, no caso do reconhecimento de regularidade internacional.

No Brasil, a única Potência Maçônica reconhecida pela Maçonaria da Inglaterra, como “regular” é o GOB, em tratado firmado em 06 de maio de 1935, tendo como barganha a implantação de Lojas Distritais Inglesas, no território brasileiro, subordinadas a Inglaterra e aí sim, uma afronta à soberania, num ato inteiramente IRREGULAR. As Grandes Lojas (1927) são tidas como “regulares”, através das Grandes Lojas Americanas. As demais Potências (Grandes Orientes Independentes, Grandes Lojas Unidas) sem a chancela dessas duas Potências estrangeiras, são do bloco “irregular”, muito embora estejam investidas dos preceitos legais para suas existências.

“Na realidade, os Maçons, seja qual for o Rito a que pertençam, serão sempre regulares se forem iniciados na forma exigida (grifo meu). Sete maçons, cinco dos quais dotados do grau de Mestre, podem formar uma Loja, independente e soberana fora de qualquer Obediência. Isso é incontestável.”

Jules Boucher alude aos Old Charges, ao consuetudinário, aos primeiros costumes, à jurisprudência primal, enfim, aos verdadeiros limites e conceitos do que é ou não Maçonaria.

É comum, IIr.: de outras Potências “regulares” vociferarem de espúrios e “irregulares” IIir.: (??!!) de outras Potências que não as suas e, isso, de modo irresponsável, pois fazem-no para profanos e/ou candidatos destas. Parecem não entender bem o significado político do termo “irregularidade”, mas o tem como algo fantástico, maléfico. São os novos Leos Taxil da vida. Ou na verdade, nunca, em suas Lojas, ouviram ou estudaram os aspectos históricos da “regularidade”, ou o que é pior, desconhecem os conceitos primários dos Old Charges, Landmarks e principalmente a Constituição de 1723, documento básico da legislação maçônica, por ser a primeira compilação dos antigos costumes, até então, de tradição oral.

Segundo Alec Mellor: “A noção de regularidade aplica-se às Obediências, à Loja e aos Indivíduos. Um bom Maçom é Regular quando ele passou por uma Iniciação, ou por uma Regularização, em uma Loja Justa, Perfeita e Regular e continua a pertencer a ela. Uma Loja é regular quando ela satisfaz aos critérios imperativos tradicionais”.

Historicamente, mesmo depois da fundação da Grande Loja de Londres (Modernos), o conceito de “regularidade” não existia como hoje o concebemos e, as Lojas obedeciam às Antigas Obrigações (Old Charges). A Grande Loja de York (Antigos) é “irregular”, porém, quando se fundem na Grande Loja Unida da Inglaterra, todas as Lojas, num instante para outro “viram” “regulares”, esquecendo-se todas as querelas e admoestações públicas (!). Daí para frente, salve-se quem puder...

No Direito Maçônico, alguns experts em legislação classificam conforme abaixo, os institutos que regem, por Antigüidade e usança, os limites maçônicos:

1. Antigos Deveres (Old Charges) e a Maçonaria Operativa;

2. Poema Regius ou Documento Halliwell;

3. A Lei Maçônica Especulativa: Livros das Constituições (1723);

4. O Manuscrito de Cooke;

5. Os Landmarks;

6. Usos e Costumes (Jus non Scriptum e o Segredo Maçônico)

Os chamados 8 Princípios de Regularidade nada mais é que uma demonstração ditada, imposta pelo Imperialismo Britânico. A Maçonaria é ferida nos seus princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A auto constituição e o autogoverno é frontalmente ferido na sua forma primitiva. Temos uma divisão: os filhos da Viúva e os filhos de prostitutas (??!!). A Regularidade e Irregularidade...

Para abordarmos os preceitos legais e entendermos a questão da “regularidade” vamos nos ater aos aspectos da jurisprudência. Primeiramente, de norma geral, a jurisprudência, é uma das fontes do direito. O direito origina-se da lei escrita ou de decisões reiteradas dos tribunais. Em Maçonaria, ela confunde-se com sua origem legal, tendo por base o costume – o direito consuetudinário.

Na análise: os Old Charges, as Constituições de Anderson, os Landmarks etc., sem sombra de dúvidas, transportam influências precursoras para a criação do Direito Maçônico. Muito embora a Constituição de 1723 seja tida como o documento jurídico legal do qual emana a análise do direito, nota-se que compilava antigos costumes. Para se entender melhor, Norberto Bobbio, afirma que no ordenamento jurídico, o ponto de referência último de todas as normas é o poder originário, denominado fonte das fontes. Diz Bobbio: “É a norma fundamental, sobre o que se funda? Grande parte da hostilidade à admissão da norma fundamental deriva da objeção formulada em tal pergunta. Temos dito várias vezes que a norma fundamental é pressuposto do ordenamento: ela, num sistema normativo, exerce a mesma função que os postulados num sistema científico. Os postulados são aquelas proposições primitivas das quais se deduzem outras, mas que, por sua vez, não são deduzíveis. Os postulados são colocados por convenção ou por uma pretensa evidência destes; o mesmo se pode dizer da norma fundamental: ele é uma convenção, ou, se quisermos, uma proposição evidente que é posta no vértice do sistema para que a ela se possam conduzir todas as demais normas. À pergunta “sobre o que ela se funda”, deve-se responder que ela não tem fundamento, porque se tivesse, não seria a norma fundamental, mas haveria outra norma superior da qual ela dependeria.”

Na Maçonaria, a norma fundamental é a Constituição de Anderson (1723) e sua fonte das fontes são os Landmarks, institutos nos quais foi baseada. Os antigos postulados, os Old Charges, os Landmarks, são anteriores a norma fundamental (Constituições) e não expressam qualquer noção de submissão a qualquer instituição e nem mesmo nas Constituições inexistem afirmativas de que uma Loja Regular é aquela que pertença a Grande Loja de Londres. Portanto, a Maçonaria Regular, do ponto de vista LEGAL, é a que observa, imperativamente, os critérios tradicionais. Já a Maçonaria “Regular”, politicamente, é aquela que tem o tratado de reconhecimento com a Grande Loja Unida da Inglaterra.

AAmad.: IIr.: da Grande Loja Maçônica Unida do Piauí, somos regulares de origem: somos iniciados segundo a tradição, no mais fiel costume; nossas Lojas são Justas, Perfeitas e Regulares, pois funcionam segundo a tradição de cada Rito, desde os requisitos de fundação; nossa Potência foi originariamente, formada por três Lojas Regulares, conforme o costume. Nossa estrutura administrativa obedece aos Landmarks, com um Grão-Mestre, somente. Então, de acordo com os LIMITES da usança/tradição/costumes, não burlamos a Norma Fundamental e, sempre atendemos a fonte das fontes, por conseguinte, não extrapolamos a REGULARIDADE MAÇÔNICA. Não temos, isso sim, a chancela internacional da Grande Loja Unida da Inglaterra, que no aspecto da vaidade, seria uma honra, pois trata-se da primeira Obediência institucionalizada no mundo (24 de Junho de 1717), e não a Loja Mãe da Maçonaria, Vaticano, Poder Central e, por este prisma, ela não tem ascendência alguma sobre outras Potências. A auto prerrogativa da emissão de Warrants não tem o apoio que justifica em seus 8 pontos; não tem apoio histórico e por isso, nem tampouco nenhuma autoridade sobre qualquer Potência do mundo.

Entende-se, então, com base nos requisitos consuetudinários, que atendemos as exigências legais que precípua o conceito de REGULAR. Somos sim, é certo e notório, do bloco dos ditos “irregulares” politicamente definido e, nunca, no aspecto das exigências legais de origem.

Por isso quando um ou outro Ir.: “regular” (?) nos chamar de “irregular”, solicitemos a sua pronta definição do que seja IRREGULARIDADE. O que é importante, é que tenhamos, no nosso cerne, o gérmen do discernimento e a busca pela investigação da VERDADE e não nos deixemos levar por elucubrações fantasiosas, apaixonadas e sem base alguma e/ou que tais argumentos sejam aferidores/vetores para, simplesmente, nos auto-infligirmos de pobres coitados irregulares. NÃO! Somos verdadeiros e regulares MAÇONS, na mais genuína expressão e sentido legal. Quem quiser provar o contrário, que mostre os aspectos legais e consuetudinários do contrário.

(*) Membro da Loja Cavaleiros de Antares 14, do Oriente do Piauí.

segunda-feira, 3 de março de 2008

O CANTO DOS COMPANHEIROS - CONTRIBUIÇÃO DO IR:. M:. I:. JOSÉ MARIANO LANA

O Canto dos Companheiros

I
SALVE ARTE DE CONSTRUIR! Tu divino Ofício!
Glória da Terra, vinda do Céu;
Brilho de Jóias preciosas,
Vendado aos Olhos de todos menos os dos Masons


Coro
Teus devidos louvores quem pode repeti-los
Em Prosa vigorosa, ou em fáceis Versos?


II
Como os Homens dos Brutos se distinguem,
Um Mason excede os outros Homens;
Pois o que em Conhecimento escolhido e raro
Não mora seguramente em seu Peito?


Coro
Seu Peito silencioso e seu fiel Coração
Conservam os segredos da Arte


III
Contra o Calor abrasador, e o Frio penetrante;
Contra as Bestas, cujo rugido devasta a Floresta;
Contra os Assaltos de Guerreiros temerários
A arte dos Masons defende a Humanidade


Coro
Que se renda Honra devida a essa Arte,
Da qual a Humanidade recebe tal ajuda.


IV
Insígnias do Estado, que alimentam nosso Orgulho,
Distinções importunas, e vãs!
Pelos verdadeiros Masons são deixados de lado:
Os Filhos da Arte nascidos livres desdenham tais Ninharias;


Coro
Enobrecidos pelo Nome que usam;
Distinguidas pelas ALFAIAS que trazem


V
Doce Companheirismo, livre de Inveja:
Amigável Conversa de Fraternidade;
Seja a Loja o Cimento Durável!
Que através dos tempos resistiu firme.


Coro
Uma Loja, assim construída, nos Tempos passados
Durou, e sempre durará


VI
Então em nossos Cantos façamos Justiça
Àqueles que enriqueceram a Arte,
Desde Jabal até Burlington,
E que cada Irmão leve sua parte.


Coro
Que circulem os brindes aos nobre Masons;
E que seus Louvores ressoem na altiva Loja


Pelo Ir.'. CARLOS DELAFAYE
Extraído das Constituições de Anderson - 1723

TRABALHANDO A PEDRA BRUTA - CONTRIBUIÇÃO DO IR:. M:. I:. JOSÉ MARIANO LANA

A MAÇONARIA QUE DESEJAMOS

José Inácio da Silva Filho, Ven\ M\
Loj.·. Maç.·. "Dogival Costa", N° 04
Gr.·. Loj.·. Maç.·. do Estado da Paraíba
Esperança - PB

Que Maçonaria desejamos, ou, o que desejamos da Maçonaria?! A abordagem deste tema exige algumas premissas, que, embora incontestáveis, podem ser, muitas vezes, esquecidas, em benefício de interesses pessoais de momento.

Em primeiro lugar, devemos nos lembrar que, um dia, perante uma assembléia constituída de homens livres e de bons costumes, prometemos e juramos defender e proteger nossos Irmãos em tudo que pudéssemos e fosse necessário e justo; conservarmo-nos, sempre, cidadãos honestos e dignos, submissos às leis do país, amigos de nossa família e Maçons sinceros, nunca atentando contra a honra de ninguém, especialmente contra a de nossos Irmãos e de seus familiares; tornarmo-nos elementos de paz, de harmonia e de concórdia no seio da Maçonaria; enfim, obediência às leis da Ordem Maçônica e procurarmos, sempre, aumentar e aperfeiçoar nossos conhecimentos.

Conscientes, pois, das responsabilidades assumidas e dos deveres a cumprir, é que nos ligamos, para sempre, à Ordem Maçônica e fomos recebidos e reconhecidos como Irmãos e Obreiros da construção do edifício moral da humanidade, adquirindo, pela iniciação, a qualidade de iniciados na arte de viver e de pensar. Não a Iniciação Real, mas a Iniciação Simbólica, que se distinguem uma da outra, como diferem entre si as expressões "ser um iniciado" e "ser iniciado".

E, mesmo sendo a Iniciação Simbólica uma pálida imagem da Iniciação Real, temos, nós Maçons, no recesso de nossas Lojas ou fora dele, exercido satisfatoriamente a nossa profissão de fé maçônica, construindo o edifício das nossas próprias convicções e honrando os compromissos assumidos por nossa livre e espontânea vontade?!

O Ritual do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, adotado por várias Potências Maçônicas, nos ensina o seguinte conceito de Maçonaria:

"A Maçonaria, cujo objetivo é combater a ignorância em todas as suas modalidades, se constitui numa escola mútua, para conhecimento do seguinte programa que impõe: I – obediência às leis do país; II – viver segundo os ditames da honra; III – praticar a justiça; IV – amar ao próximo; V – trabalhar incessantemente em prol da felicidade do gênero humano, até conseguir sua emancipação progressiva e pacífica, através da justiça que impõe respeito aos direitos alheios e o cumprimento dos próprios deveres".

A Maçonaria é, pois, uma escola onde se ensina e se aprende a arte de viver e de pensar. O conhecimento maçônico, além de ser um dos deveres fundamentais do Maçom, é um direito que lhe assiste e um dever a ser cumprido pelas Lojas, com o necessário e imprescindível apoio da Grande Loja, que dispõe de todos os instrumentos para operacionalizar este aprendizado. Para isto, a organização administrativa da Grande Loja conta com a Grande Secretaria de Educação e Cultura e o Venerável Colégio Maçônico. Se esses órgãos nada têm feito em favor da cultura maçônica, resta-nos lamentar a inércia administrativa a que estão submetidos.

Devemos, pois, com a urgência que o caso requer, procurar corrigir essa grave omissão, de modo a propiciar as condições necessárias ao progresso moral e intelectual do Maçom, através de um programa permanente e eficiente de estudo e aprendizagem, que lhe permita adquirir os conhecimentos maçônicos indispensáveis sobre história, administração, direito, doutrina, filosofia, simbologia e liturgia.

Via de regra, as constituições das Obediências Maçônicas dotam suas Lojas Jurisdicionadas de Órgãos Técnicos, Consultivos e Auxiliares, dentre os quais se destaca o Centro de Estudos Maçônicos, com a finalidade precípua de difundir o conhecimento maçônico entre os obreiros do quadro. Assim, as Lojas são o instrumento real da Maçonaria na formação de verdadeiros, leais e sinceros Maçons, porque é nelas que se forjam, em paz e harmonia, a vontade, a força e o equilíbrio dos seus Obreiros, para que possam conquistar da vida a liberdade e a felicidade da humanidade, e, deste modo, estarem aptos para o combate em defesa do ideal maçônico.

Infelizmente, por falta de apoio, planejamento e vontade, as Lojas, em sua grande maioria, limitam-se à realização de sessões meramente econômicas, sem a mínima preocupação com a formação maçônica, sem que sejam desenvolvidos trabalhos e projetos que possibilitem o surgimento de novas idéias e, conseqüentemente, o fortalecimento dos antigos ideais que herdamos dos nossos antecessores, de modo a preservar os bons créditos que a Ordem Maçônica sempre gozou desde os seus primórdios. Isto acontece, muitas vezes, pela "incapacidade daqueles que possuem a vaidade de posição e quebram lanças para conseguir ser eleitos para determinados cargos, sem possuírem os necessários e indispensáveis conhecimentos" dos princípios e postulados que regem a Ordem Maçônica. Nisto é que vamos encontrar, na maioria dos casos, as causas do enfraquecimento das Lojas e do baixo nível de conhecimento maçônico de muitos de nossos Irmãos.

Como nos ensina René Joseph Charlier, em seu livro "Pequeno Ensaio de Simbólica Maçônica", é na insipidez de nossas reuniões, na falta de estudo, na carência de cultura maçônica, que devemos, certamente, ver a fonte principal das ausências, dos afastamentos. Sem medo de errar, acrescentamos que este quadro de "aculturamento maçônico" é agravado pelo pouco caso que, insistentemente, os Governantes da Fraternidade têm feito da cultura maçônica. E, muitas vezes, um Irmão dedicado ao estudo da cultura maçônica é mal visto e julgado prepotente por aqueles Irmãos que entendem ser o bastante freqüentar sua Loja para ser um Obreiro da Arte Real.

Não, meus Irmãos! Não basta freqüentar os trabalhos de Loja, porque ser Maçom uma vez por semana é muito pouco para quem pretende ser "um iniciado". É preciso estudar! É preciso conhecer! É preciso pensar! É preciso agir.

Já se disse que "onde há Maçom deve existir Maçonaria". Em nossas Lojas e fora delas, no convívio social, no convívio profissional, no convívio familiar, devemos pensar e agir como Maçons. Em Loja devemos aprender a construir o templo ideal do homem Maçom, o nosso templo interior. Fora de nossas Lojas, praticando as virtudes e os preceitos maçônicos, devemos trabalhar para construir o templo ideal da humanidade. Este o grande objetivo da Ordem Maçônica. Mas, por infelicidade, nós desvirtuamos o ideal, e a nossa conduta, a cada dia, mais se distancia dos princípios basilares sobre os quais se assenta a moral maçônica.

Se não tomarmos consciência dos nossos deveres e responsabilidades, se o Governo da Fraternidade, em todos os níveis, não se dispuser a tomar medidas sérias, concretas e corretas, tememos que a Maçonaria deixe de existir como Ordem Iniciática. Isto levaria suas Lojas a se transformarem em meras "associações profanas" ou "agremiações políticas", vez que, atualmente, as nossas preocupações estão resumidas às discussões sobre o recrutamento de novos membros, às ausências e às eleições para o Governo da Fraternidade, caindo a nossa Sublime Instituição em franca decadência, por obra e graça daqueles que a governam, porque, mais preocupados com a satisfação de suas próprias vaidades e interesses pessoais, relegam a segundo plano o objetivo maior da Ordem Maçônica.

Como Aprendizes, aprendemos que a Maçonaria "não é uma sociedade de auxílios mútuos, ou de caridade". No entanto, muitos de nós procuramos transferir a responsabilidade sobre a solução dos nossos problemas pessoais para as nossas Lojas. Desse modo, esquecemos que o Maçom deve ser um foco de solução e não um foco de problemas; esquecemos que a solução dos nossos próprios problemas é de nossa responsabilidade; esquecemos que a responsabilidade da Maçonaria é, isto sim, para com a solução dos problemas da humanidade. Não podemos pretender, jamais, que nossas Lojas deixem de ser "casas de valores" para se transformarem em "casas de favores".

O tratamento de Irmãos, que dispensamos entre nós, vai se restringindo, pouco a pouco, às letras impressas dos nossos rituais e às saudações em Loja aberta. Muitas vezes, mal cumprimentamos nossos Irmãos quando nos encontramos no âmbito maçônico, e, quando com eles cruzamos fora de Loja não é raro negarmo-lhes um breve aceno, e, assim, nos reconhecemos como Irmãos apenas quando em Loja?!

A concórdia fraterna, invocada na abertura dos trabalhos de Loja de Aprendiz, vai cedendo lugar a amizades grupais alicerçadas, unicamente, nas conveniências políticas, profissionais, sociais e econômicas. O respeito à ordem e à disciplina muitas vezes é considerado como um ato de subtração da própria personalidade ou como um ato de submissão à vontade dos governantes da Ordem Maçônica.

Irmãos nossos há que não se interessam pelo aperfeiçoamento moral, nem pela cultura maçônica, uma vez que mais preocupados com seus interesses pessoais e com as vantagens que podem auferir ao se fazerem conhecer como Maçons. Irmãos nossos há que atentam contra a honra e a dignidade dos seus Irmãos protagonizando denúncias levianas e venais, movidos por despeito, mediocridade, complexo de inferioridade, choque de interesses pessoais, ou, até mesmo, por rancor e ódio incompreensíveis em uma Instituição cuja ciência é a cultura do amor fraternal.

Reflitamos, pois, meus Irmãos, sobre os nossos atos e atitudes como Maçons para que tenhamos a dedicação e coragem necessárias à preservação de nossas verdadeiras tradições e para o combate à ignorância maçônica deletéria dos bons costumes e que põe em risco a sobrevivência da Maçonaria como Ordem Iniciática.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PERÍODO DE INSTRUÇÕES:

O OFÍCIO DO MAÇOM - O GUIA DEFINITIVO PARA O TRABALHO MAÇÔNICO

BARB KING, JOHN K. YOUNG, PH. D.

Penalidade nas Obrigações

Esta seção teve de ser radicalmente revisada desde que, em 11 de junho de 1986, foi resolvido pela Grande Loja Unida da Inglaterra que todas as referências às penalidades físicas seriam omitidas das Obrigações tomadas pelos candidatos ao longo dos três graus e pelo Mestre Eleito em sua Instalação, embora mantidas nas respectivas cerimônias, em outro lugar.

P. Qual o motivo de existirem as penalidades que até tempos recentes estavam inseridas nas Obrigações? Todo mundo sabe que, além de elas nunca terem sido infligidas, têm fornecido ao Lobby anti-maçônico um objetivo para crítica.

R. 1. Foi publicado no suplemento de AQC, um breve artigo sobre "As Obrigações e sua localização no Ritual", escrito pelo Ir Harry Carr. O texto traçava a evolução das obrigações do maçom, desde o indício mais antigo de sua existência, em c. 1390, até aproximadamente 1730. O artigo estava de acordo com a referência a um bem fundamentada crítica ao Ofício, relacionada ás penalidades e aprovando algumas modificações recentemente introduzidas na Escócia com a permissão da Grande Loja desse país. O texto, cujo propósito era apenas um relato histórico das Obrigações como um todo, não atraiu observação incomum, senão certo número de comentários e questões recebidas pelo Ir Carr, sugerindo que escrevesse a versão original dessa "resposta". Suas palavras, com pequenas variações, continuam a história.

2. Não é possível discutir aqui as penalidades em detalhes. Elas aparentemente foram copiadas das punições de traição, comuns na Inglaterra dos séculos XIV e XV, parecendo ter sido as últimas introduções especialmente feitas nos Rituais. Os documentos mais antigos do ritual, por exemplo, aqueles de 1696 a c. 1710, indicam que existiu uma penalidade (ou sinal penal) para o A, mas nenhuma outra é mencionada. Em Dunfries n° 4 MS (c. 1710) algumas outras são acrescentadas, mas não antes de 1730 é que encontramos três grupos de penalidades, todas incorporadas ás Obrigações do A M. Trinta anos depois, em 1760, temos os mais antigos exemplos de publicações espúrias contendo Obrigações separadas para os graus, cada um deles coma respectiva penalidade.

3. Não existe fragmento de evidência que mostre que as penalidades foram infligidas, apesar de o ofício ser freqüentemente atacada a partir da completamente infundada suposição de elas terem sido aplicadas.

4. O comentário mais interessante sobre meu artigo de 1961 foi uma carta (de 1° de setembro de 1962) do então Grão-Mestre de Quebec, Ir B.V. Atkinson, reproduzida nos Chamados da Loja Q C em outubro de 1962.

A propósito de seus comentários sobre as Obrigações e sua localização no Ritual, imagino que esteja interessado em uma explanação a respeito das penalidades, conforme adotadas por nossa Grande Loja durante seu encontro, ocorrido em junho passado:

[Para o A]... Esses vários pontos eu solenemente juro observar, sem evasão, equívocos ou reserva mental de qualquer tipo e, enquanto trouxer em mente a antiga penalidade simbólica de..., colocando-me sujeito à penalidade real, na violação de qualquer um daqueles pontos, de ser determinantemente marcado como um indivíduo perjuro, vazio de todo valor moral, totalmente inepto... Etc. [Note, o C M e o M M são instruídos de modo similar]

Você irá perceber que colocamos as penalidades físicas e reais em uma adequada relação uma com a outra, sem eliminar a formalidade da obrigação. Dessa forma, seguimos o que acredito ser a prática da Constituição da Irlanda. Estou extremamente satisfeito de termos adotado essa mudança no texto, pois há muito tempo sinto um chamado em nome de Deus, forçando uma solene Obrigação em termos de penalidade física, nas páginas da Bíblia Sagrada, nada mais é senão um sacrilégio.

Noto que também a Escócia concorda com esta questão, basicamente sob a mesma premissa, embora de maneira um pouco diferente.

5. Muitos anos depois eu soube que, em 1955, em resposta a um convite do Ir sir Ernest Cooper, então Presidente da Comissão de Propósitos Gerais, o Comitê da Loja Emulação de Aperfeiçoamento submeteu esboços de várias diferentes formas sob as quais as Obrigações poderiam ser revisadas. A comissão, entretanto, na ocasião, não recomendou ação alguma, não havendo menção ao assunto nos Protocolos da Grande Loja. De qualquer modo, pareceu que o assunto havia naturalmente morrido.

6. Cerca de um ano antes da publicação de meu texto, o Ir John Tylands, de Wakefield, um muito respeitado veterano Past Master da Loja Q C, trouxe-me um artigo, o qual, com um sorriso, me desafiou a publicar. Seu título era The Masonic Penalties. Depois de dar uma olhada em alguns parágrafos, disse: "Não somente irei publicá-lo como também darei a você a maior audiência de qualquer artigo da Q C jamais teve!". Com permissão, provas promocionais do texto foram remetidas para cada membro da Comissão de Propósitos Gerais e a todos os Grãos-Mestres Provinciais. Todos foram convidados a vir e ouvir a leitura do documento e seus comentários por escrito. Junto com o artigo, todos os comentários seriam publicados na edição de 1964 de AQC. A sinopse dá uma boa idéia de como o autor abordou esse difícil e delicado assunto:

[As Penalidades] Abertas à crítica; a posição legal; a falta de realidade delas; as penalidades no Livro das Sagradas Escrituras; a "antiguidade" delas; sua raison d'être; seu local no ritual; significado simbólico; costumes de outros lugares; ação possível.

7. O encontro da Loja, em 3 de janeiro de 1964, foi um dos mais concorridos e excitantes de que se tem memória. Fomos honrados com a presença de três Grão-Mestres Provinciais e três membros da Comissão. Apesar da debilitada saúde, o próprio Ir Rylands leu o artigo. Sua admirável, ressonante e experiente voz foi o ponto alto daquela memorável noite. Os comentários que seguiram foram suficientes para mostrar a profunda diferença entre as opiniões, que abrangiam desde um ponto de vista tradicional, de que as penalidades não deviam ser tocadas, até pedidos de sua completa abolição.

8. Os comentários escritos foram abundantes, incluindo atribuições valorosas de doze Grão-Mestres Provinciais. Enquanto o artigo em si compreendia cerca de 4 mil palavras, os comentários totalizaram algo em torno de 36 mil palavras! O conjunto teve de ser reimpresso três vezes como livreto antes de aparecer em sua forma permanente, em AQC. Várias tentativas foram feitas durante a década anterior para promover uma atenção oficial ás penalidades, mas, por uma razão ou outra, em nada resultaram. O Ir Rylands elaborou seu artigo no sentido de pôr de lado dificuldades prévias e para aplacar os pontos que anteriormente estavam em circulação pelo público Maçônico de todo o mundo.

9. Devemos agora resumir a completa relação de eventos seguido do Ir Harry Carr, porque representam mais propriamente um estágio intermediário do que uma fase final.

10. Poucos meses depois, em 10 de junho de 1964, o então Grão-Mestre Provincial de Norfolk, bispo Percy Herbert foi convidado para discursar na Grande Loja "sobre o assunto que há algum tempo tem exercitado tanto a sua mente quanto a de outros maçons experientes" – as Penalidades Maçônicas. Depois de um generoso tributo à parte representada pela Loja Quatuor Coronati, por trazer áà discussão o assunto, observou que estava movendo uma resolução para uma futura Comunicação da Grande Loja. Descreveu os problemas religiosos e éticos envolvendo as penalidades e seus possíveis efeitos sobre o candidato à Iniciação. Explicou suas próprias objeções á drástica mudança e leu os detalhes de uma variação proposta para ser usada em cada um dos três graus, que poderia estar virtualmente contida em uma cláusula:

No lugar de "sujeito a não menos que uma penalidade quando da violação de qualquer um daqueles juramentos tomados", as palavras "sempre trazer em mente a antiga penalidade quando da violação do juramento que foi tomado".

Naquele dia, a presença do Grande Templo foi média, 1.136 no total, porque o tema levantado pelo bispo não estava na agenda e, é claro, porque então a notícia da proposta não poderia ser discutida.

11. Quando a resolução foi posta em discussão, em 9 de dezembro de 1964, existiam mais de 2,1 mil Irmãos presentes. Alguns estavam sentados nas escadas no interior do Templo, outros em pé e cerca de 200 permaneceram na "Sala dos Passos Perdidos" onde, graças ás grandes portas que ficaram propositalmente abertas, puderam escutar o debate. O então Grão-Mestre, conde de Scarbrough, presidiu a proposta de resolução do Ir bispo Herbert, descrevendo brevemente seu escopo e limitações. Em sua posição como secretário e editor da Loja Quatuor Coronati, o Ir Harry Carr, convidado pelo Ir Herbert, sugeriu uma importante variação no texto proposto pelo bispo, ou seja, que o termo "penalidade tradicional" fosse usado para evitar qualquer noção no sentido de as penalidades terem sido usadas, em tempos antigos, no Ofício. O bispo havia previamente concordado com isso e após duas horas de debate, no decorrer do quais certas emendas foram propostas e vencidas, a resolução foi posta em votação, vencendo por impressionante a maioria. As mudanças, desse modo aprovadas, foram consideradas "facultativas" e não obrigatórias. [O debate é inteiramente relatado no pertinente Grand Lodge Proceedings.]

12. Logo em seguida, representantes dos Ritos de Emulação, Logic e Stability examinaram o efeito das emendas e, em poucas semanas, foram publicadas em um folheto as variações facultativas que poderiam ser aplicadas em seus rituais particulares. Com isso, existiu um interessante crescimento, pois corpos governantes de outras três populares versões do ritual – de Taylor, Universal e de West End – pela primeira vez foram estabelecidos, também publicando as "mudanças autorizadas". Portanto, o perigo de as emendas serem consideradas "localmente introduzidas" foi amplamente evitado.

13. Realmente, foi difícil analisar o quão extenso seria á rápida adoção das "variações facultativas". O fato era que coube a cada Loja (possivelmente sob a pressão de um particular Grão-Mestre Provincial e Distrital) determinar se as colocaria em uso ou não, significando que "bolsões de resistência" permaneceriam. Entretanto, sem divida existiu uma progressiva percepção de que um importante avanço havia sido feito e que esta era a direção correta.

14. Passemos agora aos eventos ocorridos quando o Ir Harry Carr já não estava mais conosco, Não vamos aqui desatar o complicado novelo das atividades antimaçônicas as quais receberam grande publicidade nos anos que se seguiram á publicação da resolução de 1964. Nem precisamos nos referir aqui ao modo pelo qual, nos anos mais recentes, o Ofício tem respondido ao genuíno e benevolente interesse externo sobre a Maçonaria. Vinte e dois anos depois daquela resolução, o que pode ser dito é que, quando o passo final foi dado, poderia ser visto como um desenvolvimento lógico das mudanças então introduzidas e não como uma precipitação causada por pressões externas.

Que a Grande Loja determine que todas as referências a penalidades físicas sejam omitidas das obrigações tomadas pelos Candidatos aos Três graus, e pelo Mestre Eleito em sua Instalação, embora fossem mantidas em outro lugar nas respectivas cerimônias.

Como naquela ocasião de 1964, o caso despertou grande interesse, tanto que arranjos foram feitos no sentido de prover novas acomodações. Aqueles que não puderam ser acomodados no Grande Templo tomaram assento em duas outras Salas da Loja, para onde o debate era transmitido e – na ocasião devida – seus votos puderam ser contabilizados. A Grande Loja era dirigida por dez Irmãos freqüentemente prolixos, quatro do quais contrários à moção. O Pró-Grão-Mestre, lorde Cornwallis, convocou uma votação em que se deveria levantar a mão em sinal de aprovação, o que confirmou um número substancial favorável à resolução (em todas as três assembléias). Assim, ele declarou a resolução aprovada.

16. A implementação da decisão, dessa vez obrigatória, de certo modo exigiu alterações extensivo concernente ás cerimônias, permitindo a explicação das penalidades tradicionais durante a admissão dos candidatos aos três graus e depois de seladas as Obrigações durante a Comissão de Mestres Instalados. Novamente, até que as novas edições dos vários rituais pudessem ser produzidas, folhetos foram providenciados pelos canis relevantes, no sentido de disponibilizar as mudanças a serem adotadas pelas Lojas, sem atrasos indevidos.

17. Deve ser acrescentado que a resolução foi apresentada á Grande Loja apenas depois de amplas demonstrações de atenção relacionada ás mudanças sugeridas, bem como após discussões com os Grão-Mestres Provinciais, associações rituais e individualmente, com Irmãos, cujas sugestões foram, em alguma instância, incorporadas na versão final. A comissão de Propósitos Gerais, recomendando a aprovação pela Grande Loja, elaborou dois significativos pontos:

a. A atual posição das penalidades físicas nas Obrigações não são um Landmark da Ordem, ainda que sabido, por outras conexões, que foram incluídas na atual posição por volta de 1730.

b. A Grande Loja tem indubitável poder para dar a direção sobre temas do ritual, como fez em várias ocasiões no passado.

A PALAVRA DO OBREIRO: Penas mais severas derrubam os índices de criminalidade?

PENAS MAIS SEVERAS DERRUBAM OS INDICES DE CRIMINALIDADE?

A violência avança no Brasil, não somente nas capitais, mas também nas cidades de médio e grande porte do interior. É opinião de muitos que estamos diante de um problema sem solução, principalmente se considerarmos que a criminalidade avança, mesmo diante de uma melhor distribuição de renda, que vem acontecendo gradualmente. Otimista que sou, prefiro acreditar que ainda podemos reverter este quadro dantesco. Não temos dúvidas de que a medida mais importante ainda não foi tomada, ou seja, punir adequadamente os infratores. Mas o que queremos dizer com punição adequada? Boa parte da sociedade vem reivindicando a aplicação de penas mais severas, tais como prisão perpétua e pena de morte. Porém, entendemos que não é a severidade das penas que irá reduzir os índices de criminalidade.

A Índia apresenta um dos mais baixos índices de criminalidade do planeta, apesar de seu sistema judiciário e de sua polícia, mal equipada e mal preparada, aparecerem entre as instituições mais corruptas do mundo. Em contrapartida, os EUA, que têm um sistema judiciário exemplar e dispõem de uma das forças policiais mais bem preparadas e equipadas do mundo, têm de conviver com índices de criminalidade bem mais altos do que os daquele país.

O jornalista indiano Anil Shawla declarou recentemente em um de seus artigos: "Supõe-se que a punição seja impedimento para o indivíduo delinqüir, pois instila medo no criminoso. O medo é, sem dúvida, uma emoção muito forte, entretanto, sua eficácia na prevenção do crime é duvidosa. A maioria dos estados americanos que aplicam a pena capital têm índices de criminalidade três vezes maiores do que os do países da União Européia. No Canadá, a taxa do homicídio por 100.000 caiu de um pico de 3.09 em 1975, um ano antes do abolição da pena de morte, para 2.41 em 1980, e desde então declinou mais e mais. Em 2002, 26 anos após o abolição da pena de morte, a taxa do homicídio já se situava em 1.85 por 100.000, ou seja, 40 por cento mais baixa do que em 1975. "


O que contribui para reduzir os índices de criminalidade é a punição justa, ou seja, aquela que é supostamente proporcional à gravidade do delito cometido. Por exemplo, a punição aplicável a um ladrão de galinhas não deve ser mesma para um seqüestrador assassino. Além disto, devemos ter em mente que uma punição justa somente pode ser deliberada por um juiz honesto. Mas não basta apenas um juiz honesto, todas as pessoas envolvidas neste processo também devem sê-lo: os deputados e senadores que elaboram a leis, os policiais que garantem o cumprimento destas, os chefes do Poder Executivo responsáveis pela segurança, etc.

Enquanto tivermos policiais, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes corruptos, ou que transigem e negociam com corruptos, só me resta concordar com aqueles que dizem que o problema da segurança pública no Brasil não tem solução.

Elias Mansur Neto

A PALAVRA DO OBREIRO: Desvario dos Tempos Modernos

DESVARIO DOS TEMPOS MODERNOS


Vivemos tempos que abrigam estranhezas e paradigmas como a recente “onda” de escolas americanas a doutrinarem conforme a “teoria” criacionista, o retorno do latim ao missal católico e, mais regionalmente, a adoção de livros de história pelo MEC com conteúdo doutrinário socialista, racista e anti-semita.

Quero esclarecer que, em primeiro lugar, nada tenho contra a crença criacionista, a ideologia socialista ou a ortodoxia católica.

Tenho contra dirigentes institucionais, supostamente a - pessoais, desejarem e agirem para implementar crenças, teorias ou posições personalíssimas a uma massa, nos casos da educação brasileira e americana, de crianças desejosas de aprender sobre o mundo e, no outro caso, dos católicos do mundo, de exercer sua fé e aprimorar-se em sua religião.

O verdadeiro crime que ora denuncio é o de tolher a liberdade destes incautos recebedores da informação controlada por esses verdadeiros ditadores desejosos de disseminar suas crenças pessoais e impingi-las aos outros à força.

Tornam suas idéias, ideais e crenças verdadeiros vírus dispostos a destruir o tecido social e substituí-lo por um outro criado à imagem e semelhança desses “líderes” autocráticos baseado, sobretudo na ignorância e no medo.

Idéias são sempre bem vindas. A defesa da liberdade de expressão é uma das bases da construção da sociedade moderna, entretanto, quando as outrora idéias são impostas a uma parcela inocente da população, deixam de ter esse nome e tornam-se doutrinas.

O desejo desses ditadorezinhos de plantão é formar uma sociedade homogênea, criada sua própria imagem e semelhança, sem vontade própria e com a criatividade e curiosidade, que nos tornam humanos, apagada.

Este simulacro de humanidade, esta maquiagem social, deve satisfazer seus superficiais desejos e sua misantropia.

Adesivistas, acautelai-vos. Rechaçar a liberdade de expressão e de pensamento equivale a assassinar senão à democracia, à própria essência da humanidade.

Contestar, desde que pacificamente, cria condições para a evolução intelectual de cada um e, por extensão, da evolução dos mecanismos e interações sociais e mantêm a sociedade íntegra e profícua.

A banalização do caos e da ignorância, pela massificação das doutrinas estupidificantes (embora fundamentadas em teorias e ideais válidos e necessários para a saúde dialética) não podem trazer, senão indivíduos desprovidos da capacidade contestatória e imaginação, características radicais do espírito humano.

Procuro evitar aderir à máxima de que todos adoram uma teoria da conspiração, mas não me posso furtar a observar que a contemporaneidade desses três fatos é, no mínimo uma grande coincidência, no meio termo, um inequívoco sinal dos tempos e, no outro extremo, algo muito pior.

Lembro-me que uma das inúmeras interpretações do código Morse para o pedido de socorro é S.O.S – Save Our Souls – Salvem nossas almas.

Salvemos nossas mentes antes que seja tarde!

Clovis Osório Vieira

Obreiro da Loj Maç Montsalvat