quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

LABORES: TRABALHANDO A PEDRA BRUTA: O Dia da Pátria

07 de setembro – O Dia da Pátria

Preâmbulo

Certamente poderíamos citar aqui várias conotações, enfoques e interpretações distintas à data em pauta, principalmente levando-se em consideração o período político-social turbulento que ora vivemos. Dentre eles citamos: o aspecto cívico-histórico do dia 07 de Setembro; a Independência do Brasil e a Maçonaria; a Pátria como Nação soberana e patrimônio do povo brasileiro; os motivos de se comemorar “ou não” a nossa Independência, enfim ... Trata-se de um tema abrangente e bastante polêmico, sobretudo para aqueles brasileiros que já perderam a esperança em dias melhores.

Desenvolvimento

Avaliando a data pelo aspecto cívico-histórico, fazemos uma viagem a quase dois séculos atrás, chegando na data de 07 de setembro do ano de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, onde o Imperador Dom Pedro de Alcântara, o Dom Pedro I, proclamou a Independência do Brasil formalizando a separação com Portugal, quando, depois de muitos conflitos, e passados mais de dois anos, Portugal finalmente reconheceu a independência brasileira, com o Tratado de Paz e Aliança assinado entre os dois países.

Avaliando a data pelo enfoque da participação e da importância da Maçonaria na Independência do Brasil, podemos, de pronto, dizer que a participação da maçonaria ou dos maçons nos movimentos de emancipação dos povos em todos os Continentes sempre foi notório.

Portanto, com a independência da nossa Nação, não poderia ser diferente. Como cita “Fuad Haddad”, a história da nossa Independência está intimamente ligada com a Fundação do Grande Oriente do Brasil, Obediência Mater da Maçonaria Brasileira.

De acordo com o Decreto 125 de 29 de setembro de 1821, o rei de Portugal D. João VI extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso de D. Pedro com toda a família real para Portugal. Nessa época, funcionavam no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica “Comércio e Artes”, da qual eram membros vários homens ilustres da corte. Esses maçons reunidos e após terem obtidos a adesão dos irmãos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um apelo a Dom Pedro para que permanecesse no Brasil, o que culminou com o célebre “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico”.

Mas não parou por ai o trabalho dos maçons. Começou-se logo em seguida um movimento coordenado entre os irmãos de outras províncias brasileiras com intuito de promover a Independência do Brasil. Os movimentos nativistas para a convocação de uma assembléia constituinte a concessão do título de Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino Unido do Brasil, outorgado D. Pedro, pelos brasileiros, acirrou ainda mais os ânimos entre portugueses e nativistas.

Nessa época, havia na metrópole, três lojas maçônicas funcionando, a “Comércio e Artes”, a “Esperança de Níteroi” e a “União e Tranqüilidade”, e nenhuma pessoa era iniciado em qualquer das lojas, sem que fossem conhecidas suas opiniões sobre a Independência do Brasil e o neófito jurava não só defendê-la como também promovê-la.

Logo no início do ano de 1822, funda-se no Rio de Janeiro, o Grande Oriente, onde se filiaram todas as lojas existentes naquele oriente, sendo eleito seu primeiro Grau Mestre José Bonifácio de Andrada e Primeiro Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo.

Em 13 de julho de 1822, por proposta de José Bonifácio, Dom Pedro é iniciado na maçonaria na loja “Comércio e Artes” e logo elevado ao grau de Mestre Maçom. Enquanto isso crescia em todo o Brasil o movimento pela Independência, encabeçado pelos maçons.

Os acontecimentos se sucediam, até que a 20 de agosto de 1822 é convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente e nessa reunião assume o malhete da loja, Joaquim Gonçalves Ledo, que era o primeiro Grande Vigilante, devido a ausência de José Bonifácio (que se encontrava viajando). Joaquim Gonçalves Ledo profere um eloqüente e enérgico discurso, expondo a todos os irmãos presentes a necessidade de se proclamar imediatamente a Independência do Brasil. A proposta foi posta em votação e aprovada por todos e em seguida lavrou-se a ata dessa reunião.

Presume-se que a cópia da ata dessa memorável reunião tenha sido enviada a Dom Pedro, juntamente com outros documentos que alcançaram na tarde do dia 7 de setembro de 1822 as margens do riacho Ipiranga e culminou com a proclamação da Independência do Brasil oficialmente naquele dia e que a história assim registra.

Citando Pandiá Calógeras, em seu livro “Formação Histórica do Brasil”, página 103, encontramos essa afirmação: “Não há mais quem possa negar à Maçonaria um papel preponderante na emancipação política do Brasil.”

A frente do movimento, enérgico e vivaz, achavam-se a maçonaria e os maçons. Seus principais chefes e luzes das oficinas, por dever de justiça, têm de ser nomeados, como primeiros obreiros da grande tarefa: Joaquim Gonçalves ledo, José Clemente Pereira, Cónego Januário da cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, figuram entre os maiores.

Enfim, não se pode ignorar que a independência nacional foi concebida e proclamada entre as quatro paredes dos templos maçônicos.

Avaliando agora o enfoque da data vendo a Pátria como uma nação soberana e patrimônio do povo brasileiro, citamos aqui a necessidade de, mesmo avaliando o nosso cenário-pátrio atual, estarmos sempre com o espírito patriota e com um sentimento de brasilidade, de orgulho nacional.

É o patriotismo acima de tudo !!! Não adianta de nada fraquejarmos e darmos como derrotados ... Não adianta de nada levantarmos apenas os podres do legislativo, do Executivo e do Judiciário da Nação. As “CPI´s”; os apagões; as malas e cuecas recheadas de dinheiro; a absolvição do Senador Renan ... ; também não adianta de nada levantarmos apenas as catástrofes sociais: o desemprego, a fome, a falta de teto, a falta de educação, de saneamento, a crise previdenciária, a criminalidade local e nacional crescentes, enfim ... Criticar e falar mal é fácil, difícil é conhecer, analisar e solucionar o problema com um enfoque otimista e perseverante.

Façamos a nossa parte, e bem feita !!! Se cada um der a sua parcela de contribuição, certamente teremos uma Pátria mais humana, mais fraterna e mais próspera.

Para nós maçons, é dever de honra votar dedicação à Pátria. O sentimento do dever para com Ela agita mais intimamente o sentimento humano, levantando templos à paz e à felicidade. Durante toda a história do Brasil, e por que não dizer, durante toda a história das principais nações do Mundo, a Maçonaria se fez presente mostrando seu valor, sua força e a importância de sua intervenção ou participação. Chegou a hora de, no mundo contemporâneo em que vivemos, a Maçonaria começar efetivamente a mostrar novamente sua força e fazer algo para a melhoria da situação nacional. Afinal, força e contingente nós temos; basta querer e mobilizar para isso !!!

Devemos enxergar o patriotismo como honra, respeito e dignidade; como a construção de um conjunto de valores e virtudes sobre o nosso País de origem. É preciso cultivar no nosso seio os conceitos de respeito e amor ao nosso País, mas sem limitação de objetivos, de modo que tenham sempre presente e busquem, ao mesmo tempo, o bem social.

Dia da Pátria! Dia de recordações e dia de esperanças! Não é um divisor, e, sim, uma ligação do Brasil de ontem para o Brasil de amanhã, perfazendo, com o Brasil de hoje a eternidade da Nação.

De pé e à ordem, salve a Independência, salve o “07 de setembro” e salve a Pátria amada, Brasil !!!

Obrigado, meus IIr.·.

Or.·. de Belo Horizonte, 07 de setembro de 2007 da E.·. V.·.

Ir.·. M.·. M.·. Warley Eustáquio da Silva Almeida.·. Seg.∙. Vig.∙. Loj.∙. Montsalvat

Um comentário:

Unknown disse...

EXCELENTE TEXTO.

VIVA O BRASIL!!!

VIVA A PMMG !!!