quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PERÍODO DE INSTRUÇÕES:

O OFÍCIO DO MAÇOM - O GUIA DEFINITIVO PARA O TRABALHO MAÇÔNICO

BARB KING, JOHN K. YOUNG, PH. D.

Penalidade nas Obrigações

Esta seção teve de ser radicalmente revisada desde que, em 11 de junho de 1986, foi resolvido pela Grande Loja Unida da Inglaterra que todas as referências às penalidades físicas seriam omitidas das Obrigações tomadas pelos candidatos ao longo dos três graus e pelo Mestre Eleito em sua Instalação, embora mantidas nas respectivas cerimônias, em outro lugar.

P. Qual o motivo de existirem as penalidades que até tempos recentes estavam inseridas nas Obrigações? Todo mundo sabe que, além de elas nunca terem sido infligidas, têm fornecido ao Lobby anti-maçônico um objetivo para crítica.

R. 1. Foi publicado no suplemento de AQC, um breve artigo sobre "As Obrigações e sua localização no Ritual", escrito pelo Ir Harry Carr. O texto traçava a evolução das obrigações do maçom, desde o indício mais antigo de sua existência, em c. 1390, até aproximadamente 1730. O artigo estava de acordo com a referência a um bem fundamentada crítica ao Ofício, relacionada ás penalidades e aprovando algumas modificações recentemente introduzidas na Escócia com a permissão da Grande Loja desse país. O texto, cujo propósito era apenas um relato histórico das Obrigações como um todo, não atraiu observação incomum, senão certo número de comentários e questões recebidas pelo Ir Carr, sugerindo que escrevesse a versão original dessa "resposta". Suas palavras, com pequenas variações, continuam a história.

2. Não é possível discutir aqui as penalidades em detalhes. Elas aparentemente foram copiadas das punições de traição, comuns na Inglaterra dos séculos XIV e XV, parecendo ter sido as últimas introduções especialmente feitas nos Rituais. Os documentos mais antigos do ritual, por exemplo, aqueles de 1696 a c. 1710, indicam que existiu uma penalidade (ou sinal penal) para o A, mas nenhuma outra é mencionada. Em Dunfries n° 4 MS (c. 1710) algumas outras são acrescentadas, mas não antes de 1730 é que encontramos três grupos de penalidades, todas incorporadas ás Obrigações do A M. Trinta anos depois, em 1760, temos os mais antigos exemplos de publicações espúrias contendo Obrigações separadas para os graus, cada um deles coma respectiva penalidade.

3. Não existe fragmento de evidência que mostre que as penalidades foram infligidas, apesar de o ofício ser freqüentemente atacada a partir da completamente infundada suposição de elas terem sido aplicadas.

4. O comentário mais interessante sobre meu artigo de 1961 foi uma carta (de 1° de setembro de 1962) do então Grão-Mestre de Quebec, Ir B.V. Atkinson, reproduzida nos Chamados da Loja Q C em outubro de 1962.

A propósito de seus comentários sobre as Obrigações e sua localização no Ritual, imagino que esteja interessado em uma explanação a respeito das penalidades, conforme adotadas por nossa Grande Loja durante seu encontro, ocorrido em junho passado:

[Para o A]... Esses vários pontos eu solenemente juro observar, sem evasão, equívocos ou reserva mental de qualquer tipo e, enquanto trouxer em mente a antiga penalidade simbólica de..., colocando-me sujeito à penalidade real, na violação de qualquer um daqueles pontos, de ser determinantemente marcado como um indivíduo perjuro, vazio de todo valor moral, totalmente inepto... Etc. [Note, o C M e o M M são instruídos de modo similar]

Você irá perceber que colocamos as penalidades físicas e reais em uma adequada relação uma com a outra, sem eliminar a formalidade da obrigação. Dessa forma, seguimos o que acredito ser a prática da Constituição da Irlanda. Estou extremamente satisfeito de termos adotado essa mudança no texto, pois há muito tempo sinto um chamado em nome de Deus, forçando uma solene Obrigação em termos de penalidade física, nas páginas da Bíblia Sagrada, nada mais é senão um sacrilégio.

Noto que também a Escócia concorda com esta questão, basicamente sob a mesma premissa, embora de maneira um pouco diferente.

5. Muitos anos depois eu soube que, em 1955, em resposta a um convite do Ir sir Ernest Cooper, então Presidente da Comissão de Propósitos Gerais, o Comitê da Loja Emulação de Aperfeiçoamento submeteu esboços de várias diferentes formas sob as quais as Obrigações poderiam ser revisadas. A comissão, entretanto, na ocasião, não recomendou ação alguma, não havendo menção ao assunto nos Protocolos da Grande Loja. De qualquer modo, pareceu que o assunto havia naturalmente morrido.

6. Cerca de um ano antes da publicação de meu texto, o Ir John Tylands, de Wakefield, um muito respeitado veterano Past Master da Loja Q C, trouxe-me um artigo, o qual, com um sorriso, me desafiou a publicar. Seu título era The Masonic Penalties. Depois de dar uma olhada em alguns parágrafos, disse: "Não somente irei publicá-lo como também darei a você a maior audiência de qualquer artigo da Q C jamais teve!". Com permissão, provas promocionais do texto foram remetidas para cada membro da Comissão de Propósitos Gerais e a todos os Grãos-Mestres Provinciais. Todos foram convidados a vir e ouvir a leitura do documento e seus comentários por escrito. Junto com o artigo, todos os comentários seriam publicados na edição de 1964 de AQC. A sinopse dá uma boa idéia de como o autor abordou esse difícil e delicado assunto:

[As Penalidades] Abertas à crítica; a posição legal; a falta de realidade delas; as penalidades no Livro das Sagradas Escrituras; a "antiguidade" delas; sua raison d'être; seu local no ritual; significado simbólico; costumes de outros lugares; ação possível.

7. O encontro da Loja, em 3 de janeiro de 1964, foi um dos mais concorridos e excitantes de que se tem memória. Fomos honrados com a presença de três Grão-Mestres Provinciais e três membros da Comissão. Apesar da debilitada saúde, o próprio Ir Rylands leu o artigo. Sua admirável, ressonante e experiente voz foi o ponto alto daquela memorável noite. Os comentários que seguiram foram suficientes para mostrar a profunda diferença entre as opiniões, que abrangiam desde um ponto de vista tradicional, de que as penalidades não deviam ser tocadas, até pedidos de sua completa abolição.

8. Os comentários escritos foram abundantes, incluindo atribuições valorosas de doze Grão-Mestres Provinciais. Enquanto o artigo em si compreendia cerca de 4 mil palavras, os comentários totalizaram algo em torno de 36 mil palavras! O conjunto teve de ser reimpresso três vezes como livreto antes de aparecer em sua forma permanente, em AQC. Várias tentativas foram feitas durante a década anterior para promover uma atenção oficial ás penalidades, mas, por uma razão ou outra, em nada resultaram. O Ir Rylands elaborou seu artigo no sentido de pôr de lado dificuldades prévias e para aplacar os pontos que anteriormente estavam em circulação pelo público Maçônico de todo o mundo.

9. Devemos agora resumir a completa relação de eventos seguido do Ir Harry Carr, porque representam mais propriamente um estágio intermediário do que uma fase final.

10. Poucos meses depois, em 10 de junho de 1964, o então Grão-Mestre Provincial de Norfolk, bispo Percy Herbert foi convidado para discursar na Grande Loja "sobre o assunto que há algum tempo tem exercitado tanto a sua mente quanto a de outros maçons experientes" – as Penalidades Maçônicas. Depois de um generoso tributo à parte representada pela Loja Quatuor Coronati, por trazer áà discussão o assunto, observou que estava movendo uma resolução para uma futura Comunicação da Grande Loja. Descreveu os problemas religiosos e éticos envolvendo as penalidades e seus possíveis efeitos sobre o candidato à Iniciação. Explicou suas próprias objeções á drástica mudança e leu os detalhes de uma variação proposta para ser usada em cada um dos três graus, que poderia estar virtualmente contida em uma cláusula:

No lugar de "sujeito a não menos que uma penalidade quando da violação de qualquer um daqueles juramentos tomados", as palavras "sempre trazer em mente a antiga penalidade quando da violação do juramento que foi tomado".

Naquele dia, a presença do Grande Templo foi média, 1.136 no total, porque o tema levantado pelo bispo não estava na agenda e, é claro, porque então a notícia da proposta não poderia ser discutida.

11. Quando a resolução foi posta em discussão, em 9 de dezembro de 1964, existiam mais de 2,1 mil Irmãos presentes. Alguns estavam sentados nas escadas no interior do Templo, outros em pé e cerca de 200 permaneceram na "Sala dos Passos Perdidos" onde, graças ás grandes portas que ficaram propositalmente abertas, puderam escutar o debate. O então Grão-Mestre, conde de Scarbrough, presidiu a proposta de resolução do Ir bispo Herbert, descrevendo brevemente seu escopo e limitações. Em sua posição como secretário e editor da Loja Quatuor Coronati, o Ir Harry Carr, convidado pelo Ir Herbert, sugeriu uma importante variação no texto proposto pelo bispo, ou seja, que o termo "penalidade tradicional" fosse usado para evitar qualquer noção no sentido de as penalidades terem sido usadas, em tempos antigos, no Ofício. O bispo havia previamente concordado com isso e após duas horas de debate, no decorrer do quais certas emendas foram propostas e vencidas, a resolução foi posta em votação, vencendo por impressionante a maioria. As mudanças, desse modo aprovadas, foram consideradas "facultativas" e não obrigatórias. [O debate é inteiramente relatado no pertinente Grand Lodge Proceedings.]

12. Logo em seguida, representantes dos Ritos de Emulação, Logic e Stability examinaram o efeito das emendas e, em poucas semanas, foram publicadas em um folheto as variações facultativas que poderiam ser aplicadas em seus rituais particulares. Com isso, existiu um interessante crescimento, pois corpos governantes de outras três populares versões do ritual – de Taylor, Universal e de West End – pela primeira vez foram estabelecidos, também publicando as "mudanças autorizadas". Portanto, o perigo de as emendas serem consideradas "localmente introduzidas" foi amplamente evitado.

13. Realmente, foi difícil analisar o quão extenso seria á rápida adoção das "variações facultativas". O fato era que coube a cada Loja (possivelmente sob a pressão de um particular Grão-Mestre Provincial e Distrital) determinar se as colocaria em uso ou não, significando que "bolsões de resistência" permaneceriam. Entretanto, sem divida existiu uma progressiva percepção de que um importante avanço havia sido feito e que esta era a direção correta.

14. Passemos agora aos eventos ocorridos quando o Ir Harry Carr já não estava mais conosco, Não vamos aqui desatar o complicado novelo das atividades antimaçônicas as quais receberam grande publicidade nos anos que se seguiram á publicação da resolução de 1964. Nem precisamos nos referir aqui ao modo pelo qual, nos anos mais recentes, o Ofício tem respondido ao genuíno e benevolente interesse externo sobre a Maçonaria. Vinte e dois anos depois daquela resolução, o que pode ser dito é que, quando o passo final foi dado, poderia ser visto como um desenvolvimento lógico das mudanças então introduzidas e não como uma precipitação causada por pressões externas.

Que a Grande Loja determine que todas as referências a penalidades físicas sejam omitidas das obrigações tomadas pelos Candidatos aos Três graus, e pelo Mestre Eleito em sua Instalação, embora fossem mantidas em outro lugar nas respectivas cerimônias.

Como naquela ocasião de 1964, o caso despertou grande interesse, tanto que arranjos foram feitos no sentido de prover novas acomodações. Aqueles que não puderam ser acomodados no Grande Templo tomaram assento em duas outras Salas da Loja, para onde o debate era transmitido e – na ocasião devida – seus votos puderam ser contabilizados. A Grande Loja era dirigida por dez Irmãos freqüentemente prolixos, quatro do quais contrários à moção. O Pró-Grão-Mestre, lorde Cornwallis, convocou uma votação em que se deveria levantar a mão em sinal de aprovação, o que confirmou um número substancial favorável à resolução (em todas as três assembléias). Assim, ele declarou a resolução aprovada.

16. A implementação da decisão, dessa vez obrigatória, de certo modo exigiu alterações extensivo concernente ás cerimônias, permitindo a explicação das penalidades tradicionais durante a admissão dos candidatos aos três graus e depois de seladas as Obrigações durante a Comissão de Mestres Instalados. Novamente, até que as novas edições dos vários rituais pudessem ser produzidas, folhetos foram providenciados pelos canis relevantes, no sentido de disponibilizar as mudanças a serem adotadas pelas Lojas, sem atrasos indevidos.

17. Deve ser acrescentado que a resolução foi apresentada á Grande Loja apenas depois de amplas demonstrações de atenção relacionada ás mudanças sugeridas, bem como após discussões com os Grão-Mestres Provinciais, associações rituais e individualmente, com Irmãos, cujas sugestões foram, em alguma instância, incorporadas na versão final. A comissão de Propósitos Gerais, recomendando a aprovação pela Grande Loja, elaborou dois significativos pontos:

a. A atual posição das penalidades físicas nas Obrigações não são um Landmark da Ordem, ainda que sabido, por outras conexões, que foram incluídas na atual posição por volta de 1730.

b. A Grande Loja tem indubitável poder para dar a direção sobre temas do ritual, como fez em várias ocasiões no passado.

A PALAVRA DO OBREIRO: Penas mais severas derrubam os índices de criminalidade?

PENAS MAIS SEVERAS DERRUBAM OS INDICES DE CRIMINALIDADE?

A violência avança no Brasil, não somente nas capitais, mas também nas cidades de médio e grande porte do interior. É opinião de muitos que estamos diante de um problema sem solução, principalmente se considerarmos que a criminalidade avança, mesmo diante de uma melhor distribuição de renda, que vem acontecendo gradualmente. Otimista que sou, prefiro acreditar que ainda podemos reverter este quadro dantesco. Não temos dúvidas de que a medida mais importante ainda não foi tomada, ou seja, punir adequadamente os infratores. Mas o que queremos dizer com punição adequada? Boa parte da sociedade vem reivindicando a aplicação de penas mais severas, tais como prisão perpétua e pena de morte. Porém, entendemos que não é a severidade das penas que irá reduzir os índices de criminalidade.

A Índia apresenta um dos mais baixos índices de criminalidade do planeta, apesar de seu sistema judiciário e de sua polícia, mal equipada e mal preparada, aparecerem entre as instituições mais corruptas do mundo. Em contrapartida, os EUA, que têm um sistema judiciário exemplar e dispõem de uma das forças policiais mais bem preparadas e equipadas do mundo, têm de conviver com índices de criminalidade bem mais altos do que os daquele país.

O jornalista indiano Anil Shawla declarou recentemente em um de seus artigos: "Supõe-se que a punição seja impedimento para o indivíduo delinqüir, pois instila medo no criminoso. O medo é, sem dúvida, uma emoção muito forte, entretanto, sua eficácia na prevenção do crime é duvidosa. A maioria dos estados americanos que aplicam a pena capital têm índices de criminalidade três vezes maiores do que os do países da União Européia. No Canadá, a taxa do homicídio por 100.000 caiu de um pico de 3.09 em 1975, um ano antes do abolição da pena de morte, para 2.41 em 1980, e desde então declinou mais e mais. Em 2002, 26 anos após o abolição da pena de morte, a taxa do homicídio já se situava em 1.85 por 100.000, ou seja, 40 por cento mais baixa do que em 1975. "


O que contribui para reduzir os índices de criminalidade é a punição justa, ou seja, aquela que é supostamente proporcional à gravidade do delito cometido. Por exemplo, a punição aplicável a um ladrão de galinhas não deve ser mesma para um seqüestrador assassino. Além disto, devemos ter em mente que uma punição justa somente pode ser deliberada por um juiz honesto. Mas não basta apenas um juiz honesto, todas as pessoas envolvidas neste processo também devem sê-lo: os deputados e senadores que elaboram a leis, os policiais que garantem o cumprimento destas, os chefes do Poder Executivo responsáveis pela segurança, etc.

Enquanto tivermos policiais, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes corruptos, ou que transigem e negociam com corruptos, só me resta concordar com aqueles que dizem que o problema da segurança pública no Brasil não tem solução.

Elias Mansur Neto

A PALAVRA DO OBREIRO: Desvario dos Tempos Modernos

DESVARIO DOS TEMPOS MODERNOS


Vivemos tempos que abrigam estranhezas e paradigmas como a recente “onda” de escolas americanas a doutrinarem conforme a “teoria” criacionista, o retorno do latim ao missal católico e, mais regionalmente, a adoção de livros de história pelo MEC com conteúdo doutrinário socialista, racista e anti-semita.

Quero esclarecer que, em primeiro lugar, nada tenho contra a crença criacionista, a ideologia socialista ou a ortodoxia católica.

Tenho contra dirigentes institucionais, supostamente a - pessoais, desejarem e agirem para implementar crenças, teorias ou posições personalíssimas a uma massa, nos casos da educação brasileira e americana, de crianças desejosas de aprender sobre o mundo e, no outro caso, dos católicos do mundo, de exercer sua fé e aprimorar-se em sua religião.

O verdadeiro crime que ora denuncio é o de tolher a liberdade destes incautos recebedores da informação controlada por esses verdadeiros ditadores desejosos de disseminar suas crenças pessoais e impingi-las aos outros à força.

Tornam suas idéias, ideais e crenças verdadeiros vírus dispostos a destruir o tecido social e substituí-lo por um outro criado à imagem e semelhança desses “líderes” autocráticos baseado, sobretudo na ignorância e no medo.

Idéias são sempre bem vindas. A defesa da liberdade de expressão é uma das bases da construção da sociedade moderna, entretanto, quando as outrora idéias são impostas a uma parcela inocente da população, deixam de ter esse nome e tornam-se doutrinas.

O desejo desses ditadorezinhos de plantão é formar uma sociedade homogênea, criada sua própria imagem e semelhança, sem vontade própria e com a criatividade e curiosidade, que nos tornam humanos, apagada.

Este simulacro de humanidade, esta maquiagem social, deve satisfazer seus superficiais desejos e sua misantropia.

Adesivistas, acautelai-vos. Rechaçar a liberdade de expressão e de pensamento equivale a assassinar senão à democracia, à própria essência da humanidade.

Contestar, desde que pacificamente, cria condições para a evolução intelectual de cada um e, por extensão, da evolução dos mecanismos e interações sociais e mantêm a sociedade íntegra e profícua.

A banalização do caos e da ignorância, pela massificação das doutrinas estupidificantes (embora fundamentadas em teorias e ideais válidos e necessários para a saúde dialética) não podem trazer, senão indivíduos desprovidos da capacidade contestatória e imaginação, características radicais do espírito humano.

Procuro evitar aderir à máxima de que todos adoram uma teoria da conspiração, mas não me posso furtar a observar que a contemporaneidade desses três fatos é, no mínimo uma grande coincidência, no meio termo, um inequívoco sinal dos tempos e, no outro extremo, algo muito pior.

Lembro-me que uma das inúmeras interpretações do código Morse para o pedido de socorro é S.O.S – Save Our Souls – Salvem nossas almas.

Salvemos nossas mentes antes que seja tarde!

Clovis Osório Vieira

Obreiro da Loj Maç Montsalvat


LABORES: TRABALHANDO A PEDRA BRUTA: O Dia da Pátria

07 de setembro – O Dia da Pátria

Preâmbulo

Certamente poderíamos citar aqui várias conotações, enfoques e interpretações distintas à data em pauta, principalmente levando-se em consideração o período político-social turbulento que ora vivemos. Dentre eles citamos: o aspecto cívico-histórico do dia 07 de Setembro; a Independência do Brasil e a Maçonaria; a Pátria como Nação soberana e patrimônio do povo brasileiro; os motivos de se comemorar “ou não” a nossa Independência, enfim ... Trata-se de um tema abrangente e bastante polêmico, sobretudo para aqueles brasileiros que já perderam a esperança em dias melhores.

Desenvolvimento

Avaliando a data pelo aspecto cívico-histórico, fazemos uma viagem a quase dois séculos atrás, chegando na data de 07 de setembro do ano de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, onde o Imperador Dom Pedro de Alcântara, o Dom Pedro I, proclamou a Independência do Brasil formalizando a separação com Portugal, quando, depois de muitos conflitos, e passados mais de dois anos, Portugal finalmente reconheceu a independência brasileira, com o Tratado de Paz e Aliança assinado entre os dois países.

Avaliando a data pelo enfoque da participação e da importância da Maçonaria na Independência do Brasil, podemos, de pronto, dizer que a participação da maçonaria ou dos maçons nos movimentos de emancipação dos povos em todos os Continentes sempre foi notório.

Portanto, com a independência da nossa Nação, não poderia ser diferente. Como cita “Fuad Haddad”, a história da nossa Independência está intimamente ligada com a Fundação do Grande Oriente do Brasil, Obediência Mater da Maçonaria Brasileira.

De acordo com o Decreto 125 de 29 de setembro de 1821, o rei de Portugal D. João VI extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso de D. Pedro com toda a família real para Portugal. Nessa época, funcionavam no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica “Comércio e Artes”, da qual eram membros vários homens ilustres da corte. Esses maçons reunidos e após terem obtidos a adesão dos irmãos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um apelo a Dom Pedro para que permanecesse no Brasil, o que culminou com o célebre “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico”.

Mas não parou por ai o trabalho dos maçons. Começou-se logo em seguida um movimento coordenado entre os irmãos de outras províncias brasileiras com intuito de promover a Independência do Brasil. Os movimentos nativistas para a convocação de uma assembléia constituinte a concessão do título de Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino Unido do Brasil, outorgado D. Pedro, pelos brasileiros, acirrou ainda mais os ânimos entre portugueses e nativistas.

Nessa época, havia na metrópole, três lojas maçônicas funcionando, a “Comércio e Artes”, a “Esperança de Níteroi” e a “União e Tranqüilidade”, e nenhuma pessoa era iniciado em qualquer das lojas, sem que fossem conhecidas suas opiniões sobre a Independência do Brasil e o neófito jurava não só defendê-la como também promovê-la.

Logo no início do ano de 1822, funda-se no Rio de Janeiro, o Grande Oriente, onde se filiaram todas as lojas existentes naquele oriente, sendo eleito seu primeiro Grau Mestre José Bonifácio de Andrada e Primeiro Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Ledo.

Em 13 de julho de 1822, por proposta de José Bonifácio, Dom Pedro é iniciado na maçonaria na loja “Comércio e Artes” e logo elevado ao grau de Mestre Maçom. Enquanto isso crescia em todo o Brasil o movimento pela Independência, encabeçado pelos maçons.

Os acontecimentos se sucediam, até que a 20 de agosto de 1822 é convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente e nessa reunião assume o malhete da loja, Joaquim Gonçalves Ledo, que era o primeiro Grande Vigilante, devido a ausência de José Bonifácio (que se encontrava viajando). Joaquim Gonçalves Ledo profere um eloqüente e enérgico discurso, expondo a todos os irmãos presentes a necessidade de se proclamar imediatamente a Independência do Brasil. A proposta foi posta em votação e aprovada por todos e em seguida lavrou-se a ata dessa reunião.

Presume-se que a cópia da ata dessa memorável reunião tenha sido enviada a Dom Pedro, juntamente com outros documentos que alcançaram na tarde do dia 7 de setembro de 1822 as margens do riacho Ipiranga e culminou com a proclamação da Independência do Brasil oficialmente naquele dia e que a história assim registra.

Citando Pandiá Calógeras, em seu livro “Formação Histórica do Brasil”, página 103, encontramos essa afirmação: “Não há mais quem possa negar à Maçonaria um papel preponderante na emancipação política do Brasil.”

A frente do movimento, enérgico e vivaz, achavam-se a maçonaria e os maçons. Seus principais chefes e luzes das oficinas, por dever de justiça, têm de ser nomeados, como primeiros obreiros da grande tarefa: Joaquim Gonçalves ledo, José Clemente Pereira, Cónego Januário da cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, figuram entre os maiores.

Enfim, não se pode ignorar que a independência nacional foi concebida e proclamada entre as quatro paredes dos templos maçônicos.

Avaliando agora o enfoque da data vendo a Pátria como uma nação soberana e patrimônio do povo brasileiro, citamos aqui a necessidade de, mesmo avaliando o nosso cenário-pátrio atual, estarmos sempre com o espírito patriota e com um sentimento de brasilidade, de orgulho nacional.

É o patriotismo acima de tudo !!! Não adianta de nada fraquejarmos e darmos como derrotados ... Não adianta de nada levantarmos apenas os podres do legislativo, do Executivo e do Judiciário da Nação. As “CPI´s”; os apagões; as malas e cuecas recheadas de dinheiro; a absolvição do Senador Renan ... ; também não adianta de nada levantarmos apenas as catástrofes sociais: o desemprego, a fome, a falta de teto, a falta de educação, de saneamento, a crise previdenciária, a criminalidade local e nacional crescentes, enfim ... Criticar e falar mal é fácil, difícil é conhecer, analisar e solucionar o problema com um enfoque otimista e perseverante.

Façamos a nossa parte, e bem feita !!! Se cada um der a sua parcela de contribuição, certamente teremos uma Pátria mais humana, mais fraterna e mais próspera.

Para nós maçons, é dever de honra votar dedicação à Pátria. O sentimento do dever para com Ela agita mais intimamente o sentimento humano, levantando templos à paz e à felicidade. Durante toda a história do Brasil, e por que não dizer, durante toda a história das principais nações do Mundo, a Maçonaria se fez presente mostrando seu valor, sua força e a importância de sua intervenção ou participação. Chegou a hora de, no mundo contemporâneo em que vivemos, a Maçonaria começar efetivamente a mostrar novamente sua força e fazer algo para a melhoria da situação nacional. Afinal, força e contingente nós temos; basta querer e mobilizar para isso !!!

Devemos enxergar o patriotismo como honra, respeito e dignidade; como a construção de um conjunto de valores e virtudes sobre o nosso País de origem. É preciso cultivar no nosso seio os conceitos de respeito e amor ao nosso País, mas sem limitação de objetivos, de modo que tenham sempre presente e busquem, ao mesmo tempo, o bem social.

Dia da Pátria! Dia de recordações e dia de esperanças! Não é um divisor, e, sim, uma ligação do Brasil de ontem para o Brasil de amanhã, perfazendo, com o Brasil de hoje a eternidade da Nação.

De pé e à ordem, salve a Independência, salve o “07 de setembro” e salve a Pátria amada, Brasil !!!

Obrigado, meus IIr.·.

Or.·. de Belo Horizonte, 07 de setembro de 2007 da E.·. V.·.

Ir.·. M.·. M.·. Warley Eustáquio da Silva Almeida.·. Seg.∙. Vig.∙. Loj.∙. Montsalvat

LABORES: TRABALHANDO A PEDRA BRUTA: A Independência do Brasil

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – Ir.∙. M.∙. M.∙. Alexandre Túlio – Loj.∙. Montsalvat


Senti falta de uma manifestação em nosso clube sobre o Dia da Independência.

Na semana seguinte à Semana da Pátria, trouxemos parte de uma leitura que transpassa o limite da informação convencional sobre este momento histórico, cuja comemoração, infelizmente, tem sido utilizada apenas como oportunidade para o lazer, quando deveria trazer em si, um mínimo de reflexão.

E nestas pesquisas, percebemos que um episódio em especial, pode ser interpretado, como o início de todo o episódio que desaguou no ato de independência.

O “fico”, (1) que caracterizou a afronta aos decretos 124 e 125, de D. João IV que determinava o retorno do Príncipe Regente. Os decretos chegaram no Brasil no dia 09 de dezembro de 1821.

Em 10 de dezembro DE 1821, GORDILHO DE BARBUDA, seguiu para a Quinta Imperial, quando então, assuntou sobre a receptividade do Imperador à idéia de se rebelar à ordem. Já no dia 11 de dezembro, o Imperador disse que sua rebeldia dependia de representações e apoio neste sentido.

Esta notícia foi levada à JOSE JOAQUIM DA ROCHA, VASCONCELOS DUMMOND, CORONEL JOAQUIM JOSÉ ALMEIDA, LUIZ PEREIRA DA NOBREGA E JOSÉ MARIANO DE AZEVEDO COUTINHO.

Era necessário um apoio de grande peso, cuja conquista dependia de certa habilidade do presidente do Senado da Câmara, JOSÉ CLEMENTE PEREIRA. Português, cuja conquista da adesão ficou a cargo de José Mariano de Azevedo Coutinho que obteve grande êxito.

José Clemente Pereira, prudente estrategista determinou que o movimento não se resumisse ao Rio de Janeiro.

Então, um novo personagem, o Capitão Mor José Joaquim da Rocha escreveu para o CAPITÃO PEDRO DIAS PAES LEMES e MARQUES DE QUIXERAMOBIM, designando uma reunião na fazenda do primeiro, quando decidiu-se que seriam enviados emissários a cada província. Estes dois foram para São Paulo, e para Minas foi enviado PAULO BARBOSA DA SILVA.

Os mineiros e os paulistas aderiram à “FICADA” de D. Pedro I, passando a trabalhar com afinco para o ideal.

Um arremate se faz necessário. É que todos os personagens cujo nome foram citados acima eram maçons. Inclusive Dom Pedro I.

Isto justifica o registro de Pandiá Calógeras que afirma que “A independência do Brasil se deve ao apoio e articulação dos maçons, sem o que, não ocorreria naquela oportunidade.”

Eu vejo pessoas criticarem a maçonaria (já me levantei duas vezes em sua defesa), assim como vejo pessoas criticarem a Maçonaria. E percebo que estes criticos são exatamente aqueles que não a conhecem. E criticar sem conhecer é no mínimo leviano. E algumas vezes até insano.

Quem realmente trabalha e constrói, o faz em silêncio.

Por isto, parabens à Maçonaria e ao Brasil, pela sua Independência.


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(1) O dia do Fico segundo a WIKIPÉDIA foi:


Um dia famoso, em 9 de Janeiro de 1822 o então príncipe regente D. Pedro de Alcântara foi contra as ordens das Cortes Portuguesas que exigiam sua volta, ficando no Brasil. Esse é o Dia do Fico.

Por volta de 1821, quando as Cortes portuguesas mostraram a idéia de transformar o Brasil de novo numa colônia, os liberais radicais se uniram ao Partido Brasileiro tentando manter a autoridade do Brasil. As Cortes mandaram uma nova decisão enviada para o príncipe regente D. Pedro de Alcântara. Uma das exigências era sua volta imediata.

Os liberais radicais, em resposta, organizaram uma movimentação para reunir assinaturas a favor da permanência do príncipe. Assim, eles pressionariam D. Pedro a ficar, juntando 8 mil assinaturas. Foi então que, contrariando as ordens emanadas por Portugal para seu retorno à Europa, declarou para o público: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação. Estou pronto! Digam ao povo que fico".

A partir daí, D. Pedro entrou em conflito direto com os interesses portugueses. Para romper o vínculo que existia entre Portugal e o Brasil.

Este episódio prenunciou a declaração de independência do Brasil que viria a ser efetivada em 7 de setembro de 1822.

LABORES: TRABALHANDO A PEDRA BRUTA - Educação e Desenvolvimento

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO


Cláudio Moura de Castro, articulista da Veja, publicou em sua crônica Ponto de Vista, edição de 06/12/06, uma descrição do povo sul coreano feita pelo médico americano Paul S. Crane. Tal descrição era parte de um livro de Crane intitulado Korean Patterns, publicado em 1967 e que tinha o objetivo de orientar os americanos em visita àquele país. A descrição é a seguinte: “a verdade só é bem vinda quando traz alegria e paz. A franqueza é uma idéia que ainda não se consolidou. O sentimento do imediato é tudo. Para agradar, o sapateiro promete o conserto para uma data que não pode cumprir. Há pouca confiança nas instituições e no governo. Pensa-se que eles existem, sobretudo, para beneficiar os homens públicos. É o dinheiro que faz a burocracia andar. Nos negócios o puxa-saquismo é um meio de vida.....A sociedade desenvolveu certo fatalismo. Muitos tendem a viver no dia a dia, dando pouca importância ao planejamento do futuro e á prevenção. Quando alguém começa a subir sempre haverá um outro puxando para baixo, desacreditando ou trapaceando.......muitas empresas ainda não tem controle de qualidade nem pensam que o produto entregue deve ter a mesma qualidade da amostra exibida antes. Falta o sentido de obrigação de cumprir o contrato, e não se considera pagar em tempo as dividas contraídas. Roubar é esperto. Ser apanhado roubando é estúpido ou falta de sorte.”

Esta era uma situação anterior a “cruzada” pela educação levada a cabo naquele país, que a bem da verdade é bastante parecida com a nossa atualmente.

Para que possamos melhorar a qualidade de um conjunto será preciso que melhoremos a qualidade de cada um dos indivíduos que o compõem. Assim, o desenvolvimento do Brasil depende da capacidade profissional e das qualidades pessoais que cada um dos seus cidadãos deve possuir. Não é sem razão que a palavra de ordem hoje em dia é EDUCAÇÃO. Parece que há um consenso nacional em torno deste tema. Não há dúvida de que este é caminho que deveremos seguir para realizar a meta do desenvolvimento. Assim foi com o Japão, Coréia do Sul e outros.

Entretanto, para que possamos usar esta poderosa ferramenta é preciso primeiro saber o que é educação. Educação não é somente ensinar o aluno a resolver um problema de física ou matemática, ou mesmo técnicas que permitem exercer competentemente uma profissão. Esta palavra tem um sentido muito mais amplo. Um cidadão, uma pessoa humana, precisa de muito mais do que isso para se capacitar como agente do desenvolvimento. É preciso, por exemplo, ensiná-lo a gerenciar seus sentimentos negativos. Os coreanos do sul descobriram que tinham muita inveja do Japão. Passaram décadas na inércia procurando os defeitos dos japoneses e desfazendo de suas realizações. Resolveram então admitir que tinham inveja dos japoneses e que gostariam de possuir as coisas que eles possuíam. A partir deste momento suas energias foram concentradas na tarefa de descobrir o método que os japoneses usaram para enriquecer. Descobriram, copiaram, melhoraram e estão enriquecendo. É preciso ensinar ao aluno a ser pontual, leal, perseverante, organizado, a honrar a palavra empenhada, que o crime não compensa, e outras qualidades do espírito.

Já temos muitas escolas no Brasil capazes de formar profissionais competentes, mas, os resultados às vezes são ruins, porque tais profissionais não são perseverantes, não amam o que fazem, quase sempre não estão dispostos ao trabalho duro e honesto. Quando se trata de profissionais que atuam no serviço publico, os maus resultados de seus trabalhos não afetam somente a eles – vejam os casos de deputados corruptos, policiais corruptos, etc.

Educar um aluno egoísta somente recomendando-o que se esforce para se tornar altruísta não tem dado resultado, é mais ou menos como tentar ensinar um elefante voar; seria melhor ensinar o elefante a usar o que ele tem de sobra, a força. Conhecer a vocação do aluno e orientá-lo a se aperfeiçoar naquilo que ele gosta de fazer, talvez seja a melhor opção para educar. Precisamos adquirir o hábito de educar pelo exemplo, não vale a velha fórmula “faça o que eu mando mas não faça o que eu faço”.

Parece que humanidade deu um passo errado quando decidiu usar a educação para formar os indivíduos. Toda a nossa estrutura educacional está baseada no vir a ser. Ser mais virtuoso, ter mais títulos acadêmicos, ser mais rico, etc. Pouco ou nada se faz para ensinar o aluno a pensar, a buscar o autoconhecimento. A este respeito, Krishnamurti, um dos maiores pensadores de nosso tempo disse “Podeis ter todos os graus acadêmicos do mundo, mas se não conheceis a vós mesmos, sois extremamente estúpidos. Sem o autoconhecimento, o cuidar meramente de colecionar fatos ou de tormar notas é uma maneira muito estúpida de existir. Podeis ser capaz de citar o Alcorão e a Bíblia, mas se não conheceis a vós mesmos, sois tal qual um papagaio a repetir palavras. Conhecer a si próprio é a verdadeira finalidade da educação

O Brasil precisa de uma cruzada nacional pela educação, e, nela, não deverão somente estar envolvidas as escolas, mas também, todas as instituições que têm condições de contribuir. Inclusive, para algumas delas, como o poder legislativo, o poder executivo, o poder judiciário, a maçonaria, etc, precisamos apenas que contribuam com o bom exemplo.

IR.∙. M.∙. I.∙. Elias Mansur Neto –M.∙. I.∙. Loj.∙. Cavaleiros Templários

ENTRE COLUNAS: - DESABAFO DE UMA FILHA DE JÓ

Desabafo de uma Filha de Jó

Uma de nossas sobrinhas, Filha de Jó, desapontada com a visão de mundo e de vida maçônica que lhe tem sido apresentada nos enviou esta carta de desabafo que foi lida em loja na sessão econômica de instrução da Montsalvat e é reproduzida na íntegra abaixo. Serve como reflexão para todos nós sobre o que fazemos para construirmos nosso mundo melhor.


Belo Horizonte 07 de outubro de 2007

Queridos Tios, Amadas e eternas irmãs, Demolays,

Resolvi através desta carta colocar para fora toda raiva, toda minha revolta, todo o sentimento de impunidade que tem tomado o meu coração.

Desde criança ouvi meu pai falar de um mundo em que ele acreditava e que desejava para mim e para meus irmãos. Um mundo talvez irreal aos olhos profanos mas um mundo justo, diante dos olhos de um iniciado. Um mundo onde a liberdade, a igualdade e a fraternidade prevalecessem, onde viver em mundo com “Homens Livres e de Bons Costumes” era privilégio para poucos e que eu deveria honrar a oportunidade para que os ideais e a honestidade de uma Sociedade Secreta fossem transmitidos ao mundo profano. Um mundo onde a irmandade, o respeito a todos e principalmente as mulheres prevalecessem.

Infelizmente ou felizmente cresci, passei a perceber que este mundo tão sonhado era irreal aos olhos de uma Filha de Jó, que em suas reuniões sempre ouviu que o objetivo das Ordens para-maçônicas era transformar jovens em líderes, verdadeiros exemplos para a sociedade e que teríamos o caráter moral e espiritual lapidado. Magoei como toda criança ao descobrir que um mundo idealizado e prometido não existia. Que o aperfeiçoamento do caráter, da moral só é válido para quem realmente os têm. Percebo que alguns possam até ter tido caráter, mas foram corrompidos pela vaidade, pela busca de um “poder” que não existe. A maioria esquece que “das colunas vieram e para as colunas retomarão”.

Que tipos de líderes estamos formando? Será que estamos sendo exemplos como deveríamos ser? Que igualdade é esta que pregamos, que é linda, mas que na prática não funciona? Os líderes que estamos formando serão no futuro como os Femandos, Renans e Martas? O que é a Maçonaria? O que é ser Maçom? O que é ser Filha de Jó? O que é ser Demolay? Onde estão as nossas regras, a nossa irmandade? Estas perguntas provavelmente ficarão sem resposta para aqueles em que não souberam absorver a essência maçônica

Às vezes em minha insignificância pergunto a Deus: que mundo é este onde a lei do ”mais” forte predomina? Até quando a vaidade, a hipocrisia e a mediocridade de alguns membros serão “escondidas” e tampadas por quem deveria dar o maior exemplo? Até quando pessoas de bem desistirão de lutar em prol de nossas Ordens por não chegarem a lugar nenhum?

Não falo apenas da Maçonaria, falo da Ordem das Filhas de Jó e da Ordem Demolay. Falo da família que escolhi por afinidade a sua essência e seus ensinamentos. Não falo como uma Filha de Jó sonhadora e imatura. Falo como Membro de Maioridade, uma mulher de 27 anos que amadureceu apesar de todas as dificuldades enfrentadas durante estes 10 anos de Ordem. Aqueles que me conhecem sabem do meu amor pela Ordem. Da minha vontade de ter um mundo melhor. Das infinitas vezes que me emocionei vendo o estandarte e a bandeira do Bethel. Já perdi as contas das vezes em que quis brigar com padres, colegas de faculdade, vizinhos, evangélicos por causa da Maçonaria. Tudo para não omitir a condição de pertencer a esta família.

Estou magoada, já pensei em desistir, “chutar o balde” várias vezes. Mas este mesmo pai que me prometeu um mundo justo, me ensinou a amar e a respeitar a Maçonaria. Ensinou que devo lutar pelo que acredito, pelos meus princípios e pelos meus ideais. Que devo amar a Deus sobre todas as coisas e acreditar em sua justiça. Que o Grande Arquiteto do Universo NUNCA falha, que estamos nesta vida de passagem e que colhemos o que plantamos. Apesar de tudo, ainda tenho orgulho em dizer: “Sou filha de Maçom”, “Sou Filha de Jó”.

Peço perdão àqueles tios, primos e irmãs que não se enquadram nesta realidade. Peço também que todos avaliem como tem sido feitas as nossas sindicâncias, como tem sido o nosso comportamento, como temos passado ao mundo o que aprendemos com a Maçonaria. Que não sejamos corrompidos pela vaidade. Que não sejamos omissos diante dos fatos.

Desculpem-me pelo desabafo, se fui inconveniente me perdoem. Não quis agredir ou magoar ninguém. Só estou querendo chamar a atenção para um mal que assola a nossa Ordem e que muitos fecham os olhos.

Que o Pai Celestial dê forças a mim e a todos que lutam para o bem de nossas Ordens.

Fraternalmente,

Maira A. Gonçalves da Silva

Past Guardiã do Bethel Marília de Dirceu n° 32.

CÂMARA DAS REFLEXÕES: Lembrando, mas só por lembrar

Lembrando ... Mas não só por lembrar

Irm.: Antônio do Carmo Ferreira


Volto, com freqüência, à leitura de um velho catecismo de nossa Ordem maçônica. Nele, muitas são as passagens que aguçam minha atenção. Umas de leitura leve, rápida, e de fácil entendimento a mensagem que passam. Outras de cunho histórico, exato, sem simbolismo. Pavimentam os lugares pelos quais a Ordem veio vindo até nós, destas paragens de cá, e dos tempos atuais. Todavia há passagens que exigem releitura, não só uma vez, mas muitas vezes, porque vão além do imediato. É preciso reflexão a respeito da mensagem que passam. Exigem o recurso da consciência.

Podem existir lições mais encantadoras que as contidas nesta passagem que, em seguida, transcrevo? “Nós nos reunimos, periodicamente, num Templo Maçônico, onde trabalhamos, para acostumar nosso espírito a curvar-se às grandes afeições e a não conceber senão idéias sólidas de bondade e de virtude”. É um alerta para o homem, chamando a atenção para a fragilidade do ser solitário. E o homem tem consciência disto. Ele percebe que sozinho é apenas uma molécula. E, como tal, prescinde de uma associação, formando um corpo maior, para, como integrante do mesmo, encontrar os meios de sua realização. Oh Arquimedes! Falta-lhe “o ponto de apoio

O homem dispõe da consciência de que tenha “nascido para as coisas maiores”. Lê o Velho Testamento e esbarra diante da finitude a que está destinado. Isto se limita sua vida ao horizonte material do corpo. Pois este retorna ao pó. Porém, nesta mesma leitura, encontra o não limite do viver. O retorno à Casa do Pai, para a qual a vida é uma peregrinação, segundo não só os ensinamentos do Eclesiastes, como as instruções agostinianas. E aí a vida se mostra imune à morte, energizada “do transcendental”, conforme inspira concepção do filósofo Maritain.

Recordo que Ortega e Gasset, excelente e admirável Mestre Filósofo da Universidade de Madri, onde pontificou, com inesquecível magistério, no segundo quartel do século XX, pregava que o homem carece de complementação, pois “eu sou eu e minha circunstância”. Reparando bem, a Maçonaria oferece, como “escola de conhecimento”, estas circunstâncias de realização ao homem.

A exegese do texto antes reportado nos leva a este entendimento. A convivência templária. A assiduidade às reuniões, onde, de forma recíproca, os irmãos se estimulam à “concepção de idéias de bondade e de virtude”. A tradição judaico-cristã também nos conduz a esta aprendizagem. Em Gênesis (2, 18), o leitor se depara com o registro de que “não é bom que o homem esteja só”. O que se confirma com um valoroso prêmio aos que forem obedientes a esta instrução, conforme reza Davi, ao escrever o Salmo 133: “serão gratificados com o bom e o suave, aqueles que estiverem unidos”.

É como registra meu velho catecismo a que recorro vezes sem conta e, meditando sobre seus ensinamentos, sempre tenho muito a ganhar: a maçonaria é um presente de Deus aos homens, sendo seus Templos o ponto de encontro, e suas reuniões o teatro, aonde os maçons vão e participam, na busca do aperfeiçoamento de seus costumes ou seja da arquitetura de uma sociedade menos injusta e menos imperfeita.

Deus é o Grande Arquiteto do Universo e mandou-nos ensinar, através de sua palavra revelada, que o maçom, por ser “sua semelhança”, será um missionário dessa Construção Social. Todos nós maçons sabemos disto, e eu, agora, mesmo parecendo chover no molhado, estou lembrando isto, na expectativa (insisto) de que não seja “só por lembrar”.

CÂMARA DAS REFLEXÕES - Tú és um maçom regular?

TU ÉS UM MAÇOM REGULAR?


Não há essa pergunta em qualquer ritual maçônico da atualidade e em nenhum grau da escalada maçônica. Ao que tudo indica, contudo, essa é a pedra angular das organizações maçônicas voltadas mais para a burocracia do que para o simbolismo e filosofia. É lamentável ver um maçom analfabeto que tenha galgado o grau 33, sem saber qualquer significado de lendas ou personagens tratados na jornada para o ápice da pirâmide e que, de outra banda, arroga-se "regular" e imputa ao outro o anátema de "irregular". Importa saber, antes de mais nada, qual a Loja Simbólica ou Potência/Obediência da qual se está filiado do que avançar o diálogo calcado em conhecimento histórico, simbólico e místico. Assim, o "MAÇOM DE PAPEL" é o primeiro a querer saber da carteira de identificação, do certificado do grau, de atestados, declarações, destinando suas paredes para a exibição. Antes de avançar nessa reflexão, insta questionar o conceito de regularidade. Afinal, o que significa "ser regular?".

Num tempo próximo, onde os pedreiros reuniam-se em tavernas ou nos átrios de igrejas ou ainda em campo aberto, seria risível perguntar a um irmão - "és regular?". Lembremo-nos que não havia qualquer templo para reunião periódica, porque nem periodicidade era obrigatória e de praxe entre os maçons.

Os templos, atendendo um conceito contemporâneo, foram fundados em 1726 apenas, e com reservas inicialmente. Não havia "grau superior ou filosófico", grau de mestre, paramentos mais complexos, painel do grau (que não passava de desenho a giz ou carvão no chão), colunas, nós, degraus, balaustrada, altares, enfim... A instituição maçônica era formada mais de irmãos do que forjada de aparências. E o que dizer dos "Supremos Conselhos"? O que antes era impensável e motivo de repulsa, hoje digladiam-se para saber quem é e quem não é "regular". Nem mesmo foi no berço da Maçonaria que foi fundado o primeiro de tantos.

Ultrapassado o preconceito de achar que Maçonaria sempre existiu tal como é hoje, ainda há a questão da regularidade. Evidente que os termos "regular" ou "irregular" significam ambos um CONCEITO DE EXCLUSÃO. Ou seja, quem é regular deverá atender ou atentar para as regras, normas, estatutos, formalidades exigidas de quem se presta a "conceder" a regularidade. Assim, essa disciplina gera subordinação, dominação, submissão a determinado conjunto de normas, usos, costumes da Obediência da qual se pressupõe a regularidade. Mas... e quem foi a primeira "Potência Regular"? Foi a dos Estados Unidos que organizaram o primeiro Supremo Conselho ou da Inglaterra, onde aparentemente se estruturou a primeira Loja ou primeiro Grão-Mestrado? Será menos "regular" a França que teve os pedreiros-livres em seu seio antes mesmo dos Estados Unidos virarem um país independente? E o que dizer no Brasil? Será "regular" o Oriente mais antigo, com e sem vários reconhecimentos internacionais ou o Oriente que se rebelou daquele primeiro, fundando outra potência? Qual das rupturas políticas gerou a "potência mais regular"? E acaso se reconhecem uma e outra que convivem há décadas?

Vê-se que "regularidade" depende da instituição, conselho, congregação, para os quais voltem-se o agrupamento que busque esse título. Esse procedimento é, como tudo o mais na vida, vinculante à coerência. Uma potência pode-se dizer "regular", quando outra vizinha não a reconhece? Afinal, será que a regularidade maçônica está sob o jugo e cabresto de um conjunto de outras potências externas, elas mesmas lutando por ser "mais regular e reconhecida" que a anterior? Por óbvio, o raciocínio nesse diapasão não poderá prosperar, porquanto teremos a seguinte aporia. Uma potência brasileira "X", do século XIX diz-se regular, da qual nasceu uma potência brasileira "Y", por meio de um rompimento. Essa potência "Y" não será regular quanto à potência "X", mas o será quanto a um Supremo Conselho Internacional... E então, como ficamos? Ora, sempre de um prisma, a Obediência será e não será regular, dependendo da conveniência política de ocasião, da instituição que reconhece, dos interesses em jogo, da penetração social disposta no tabuleiro.

Como chegamos a esse ponto? Onde erramos tanto? Como conseguimos desvirtuar a Maçonaria dessa forma? Atualmente, hoje maçons corrigem maçons, dizendo o que é "certo" e o que é "errado", sendo que a história nos demonstra que nunca houve nada além de Lojas livres, sem subordinação, sem obediências. Fico abismado ver os doutos expedirem os pareceres sobre cores, colunas, nós, altares, disposição de oficiais, jóias, usos e costumes, e essa pletora de práticas que compõe um ritual que, ele mesmo, sofreu centenas de modificações ao longo do tempo, por razões das mais diversas. A palavra sagrada sempre foi..., o sinal sempre foi..., a cor sempre foi..., a posição sempre foi... Mentira! Foram tantas as mudanças e eram tantas as vertentes locais, regionais e nacionais, ritos dos mais diversos simplesmente "inventados" que não há como se chegar a um consenso entre o certo e o errado. Há os princípios gerais e só. Mais do que isso é fantasiar a história e mitificar a própria Obediência que sempre se arroga como "antiga, regular, aceita" e outros adjetivos. Na verdade, tais qualificações são excludentes.

Será que não nos demos conta que a estrutura profana dominou a maçonaria atual? Tribunais, Ministério Público, Defensoria, Conselhos, Tratados, Direito Maçônico, Jurisprudência, Atas, Secretarias, carimbos, carteiras. Qual a origem disso tudo? É tradição ou criação moderna?

Então, resta a pergunta: tu és um maçom regular? Como responder? É muito simples, ao contrário do que parece. Vejamos algumas colocações:

1) o maçom estuda com freqüência e conhece o significado dos símbolos de seu próprio rito?

2) o maçom é assíduo na loja da qual é filiado, arcando com todas as obrigações para com sua própria potência?

3) o maçom reflete na própria família os ensinamentos adquiridos nas lojas que freqüenta?

4) o maçom estende a mão a outro irmão, quando necessário, sem atender à coloração política?

5) o maçom transforma a sociedade em seu redor, atuando positivamente para a fraternidade e liberdade?

6) o maçom julga-se igual ao seu semelhante, não fazendo distinção de credo, raça, religião ou orientação política?

7) o maçom é um exemplo de vida e de compostura diante da sociedade?

8) o maçom aplaina as divergências e fomenta o consenso, ainda que se despindo de vaidades?

9) o maçom é discreto quanto à sua própria condição?

10) o maçom está preparado para o Oriente Eterno e prepara os seus que estão à sua volta?

É simples, por conseguinte, ser regular. Não é preciso qualquer certidão na parede para dizer ao público que se é honesto, assim como os atestados de regularidade são plenamente dispensáveis quando a potência ou as lojas semeiam cizânia, discriminam, excluem. A família do "irregular" vive contendas; sua loja não pode contar com ele, porque não sabe se comparece ou não; abandona a loja, ao galgar o grau pretendido; deixa de estudar, de escrever, de dialogar, de palestrar, de conviver, tornando-se um poço de preconceitos sem qualquer explicação razoável.

Meus irmãos, paremos para refletir quanto maior a altura, mais se vê a planície com perfeição. Ocorre, no entanto, justamente o contrário: maçons não preparados para as alturas sentem a "VERTIGEM DOS GRAUS", na estratosfera onde beiram, sem conseguir respirar esses ensinamentos pelos quais sabem apenas pela audição.

"Ser regular" é ser honesto consigo mesmo e com o grupo a que se deve fidelidade. É simples, meus irmãos, é fácil e é ético. Vamos nos recolher silenciosamente contra a "maçonaria de papel" e somar esforços para seremos livres, verdadeiramente livres e de bons costumes. Seja, pois, regular primeiro consigo e para com os seus e, somente então, cogitar da condição alheia.

Vamos nos libertar!

UNILOJAS FALA - Alguns Esclarecimentos

Para melhor compreensão, devemos esclarecer algumas coisas:


1ª – É preciso não confundir Potência com Confederação. Potência é Estadual.

Ex.: GLMMG - Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, assim como existem outras Grandes Lojas em outros Estados, que estão ligadas à CMSB - Confederação Maçônica Simbólica do Brasil.

GOB - Grande Oriente do Brasil que é a Unidade Central que controla os Grandes Orientes Estaduais. Exemplo em Minas: GOEMG - Grande Oriente do Estado de Minas Gerais.

COMAB - Confederação Maçônica do Brasil que mantém como federados a ela os Grandes Orientes a exemplo do GOMG - Grande Oriente de Minas Gerais.

2ª – Em nosso caso não existe dissidência. Existiu uma perseguição a algumas Lojas que apoiaram a Chapa de Hirohito Torres Lage (Candidato a Grão Mestre) e José Vicente (Candidato a Grão Mestre Adjunto). Após todas as tentativas jurídicas na esfera maçônica sem obter êxito devido à cumplicidade do Tribunal com o Grão Mestrado atual, Hirohito procurou abrigo na justiça profana como lhe assegura a Constituição Federal e daí sua Expulsão e a suspensão por dez anos de José Vicente.

Estas Lojas não desistiram de continuar suas atividades maçônicas e não quiseram se filiar a outras Potências, (vários convites foram feitos) e assim se organizaram como LOJAS INDEPENDENTES (pois, no passado, antes da Constituição de Anderson, era assim, já leram sobre isso?)

Desta forma nasceu a União Mineira de Lojas Maçônicas Independentes, que conta hoje com 07 lojas trabalhando ativamente. Agora após o amadurecimento desta idéia, decidiu-se torná-la uma Obediência maçônica.

É importante lembrar que esta nova obediência nasce como nasceram muitas outras que hoje são reconhecidas.

Nosso pensamento maior:

PENSAMOS NO COLETIVO E NÃO NO INDIVIDUAL

PENSAMOS EM LOJAS FORTES E OBEDIÊNCIA FORTE, porque o que se tem hoje, via de regra, é Obediência forte e Lojas à míngua e esquecidas pelas potências.

Para refletir: A voz de uma Assembléia maçônica não tem valor, quando suas decisões contrariam o Todo Poderoso Grão-Mestre, ele a DESTITUE como aconteceu a tempos atrás nas Grandes Lojas e agora no GOMG e a briga continua. VAIDADE.

A nova obediência já nasce com CONSELHO CONSULTIVO (formado por todos os Mestres Instalados existentes nas lojas e por todos que virão) como ÓRGÃO superior ao Administrador que nada mais é do que o já conhecido Grão Mestre.

Via de regra, o Grão Mestre recebe delegação para DIRIGIR a obediência e age como DITADOR, a formulação constitutiva de nossa UNILOJAS elimina este risco pela chancela OBRIGATÓRIA dos atos administrativos pelo CONSELHO CONSULTIVO.

MAÇONARIA deve ser entendida como a melhor forma de se fazer DEMOCRACIA.

UM POR TODOS E TODOS POR (Isto está acontecendo?)

UNIÃO MINEIRA DE LOJAS MAÇÔNICAS INDEPENDENTES.


UNILOJAS FALA - Carta aos Irmãos

CARTA AOS IRMÃOS


Este movimento começou quando, há cerca de cinco anos, sete lojas do Grande Oriente de Minas Gerais COMAB, e seus membros, inclusive um ex-Grão-Mestre que, na época era Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho, tiveram sumariamente, por Decreto do Grão-Mestre, seus direitos maçônicos suspensos. Alguns foram processados perante a “justiça maçônica”, culminando com a “expulsão da maçonaria universal” do ex-Grão-Mestre e suspensão dos direitos maçônicos de outro irmão pelo prazo de dez anos. Tudo isto motivado por um pedido de prestação de contas feito na Assembléia Legislativa da Obediência e, mais tarde, após o resultado manipulado das eleições para o Grão-Mestrado. Este fato determinou a luta pela busca dos direitos outorgados pelo voto direto de mais de 50% dos Maçons da obediência, que foram retirados de maneira inescrupulosa, para permitir o continuísmo e o poder irrestrito, em benefício de interesses questionáveis de um pequeno grupo, que tinha e tem medo de uma auditoria externa rigorosa e independente.

Embora convidados para se filiarem às outras Obediências, (Grande Loja e Grande Oriente do Estado de Minas Gerais GOB), estas Lojas optaram por se manterem independentes, a fim de evitar qualquer tipo de constrangimento, em razão do denominado “Pacto de Convivência” existente entre as três Obediências, especialmente de serem acusadas de provocarem eventual rompimento desse “Pacto”. Não havia nenhuma intenção de criarem uma “nova Potência/Obediência”. Todavia, levados pelas circunstâncias, esses Irmãos e suas Lojas sentiram a necessidade de se congregarem em uma Organização Maçônica, mas que fosse estruturada e organizada de forma totalmente diferente da adotada pelas demais organizações até então existentes. A futura Organização deveria privilegiar o fortalecimento, a soberania e a independência das Lojas, pois somente desse modo poderiam reverter a tendência à mediocridade imposta a muitas oficinas, sufocadas pelas “Potências”. No modelo utilizado até então, existe um Grão-Mestre com poderes quase ditatoriais, secundado por poderes que, se não sob seu comando, se limitam a concordar e aprovar tudo que agradasse ao poder maior, demonstrando uma subserviência sem nenhum pudor.

Por isto que, e poderá ser observado no texto da Constituição, o “poder” na Unilojas está dividido entre o “Conselho de Veneráveis”, o “Conselho Consultivo” e o “Conselho de Administração”, cabendo ao Presidente do Conselho de Administração (a quem se deu o título de Grão-Mestre, apenas para seguir a tradição), implementar e fazer cumprir o que ficou decidido nos Conselhos, dos quais participam e votam todos os Mestres Instalados existentes na organização, independente de eleição (atualmente, nas sete Lojas, são ativos cerca de 30 Mestres Instalados!). Além disso, as despesas, por ventura aprovadas, serão rateadas e, qualquer Loja pode aderir ou sair da organização, sem pagamento de taxas ou contribuições de qualquer título.

Portanto, meus Irmãos, não se pode dizer que a Unilojas seja uma “nova Potência/Obediência” em razão do número de Lojas e Obreiros que a compõem. Talvez isso venha a ocorrer em alguns anos, se a idéia for bem sucedida. Mas que fique claro que se essa organização crescer, certamente as Lojas terão crescido mais e, talvez a Maçonaria volte a ser forte e praticada como sempre e que, utopicamente, desejamos até aqui.

É, portanto uma Luz no fim do túnel, que poderá, com a adesão de um número cada vez maior, em qualidade e quantidade, de Lojas e Irmãos, tornar-se uma verdadeira Potência!

Cabe esclarecer, por fim, que as Lojas não fazem parte de nenhuma das Potências/Obediências, ditas “regulares” ou “irregulares” existentes no Brasil, ou seja, são todas legalmente constituídas, civilmente responsáveis, regulares e INDEPENDENTES


A PALAVRA DA LOJA:

PROTESTO CONTRA A ABSOLVIÇÃO DO SENADOR


O Senado da República vem protagonizando escândalos que só estimulam a impunidade em nosso país. O episódio da absolvição do senador Renan Calheiros, a portas fechadas, é, na verdade, um ato de traição ao povo brasileiro, uma vez que Suas Excelências foram eleitas para agir com probidade e produzir leis que possam estabelecer um clima de paz social.

Nós, nossos filhos, nossos vizinhos, vivemos hoje um clima de medo e insegurança, atormentados pela angústia de sabermos que, a qualquer momento, podemos ser incluídos nas estatísticas da violência, que os contratos que assinamos correm o risco de não ser honrados. Estamos indignados. O mau exemplo dos senadores que absolveram, a despeito de todas as evidências, um senador que agiu fora da lei é um estímulo à esperteza e à delinqüência.

A solução para o problema da violência e da insegurança que assolam o Brasil está nas mãos do poder legislativo. E o hábito de não se punir legisladores suspeitos estimula, cada vez mais, as condutas delituosas, levando intranqüilidade a todos os lares.

A Loja Maçônica Cavaleiros Templários, Belo Horizonte (MG), vem a público protestar contra mais esta injustiça e exigir que senadores, deputados, vereadores e todos os homens públicos que foram eleitos para nos representar honrem o mandato que lhes concedemos.

Obreiros da Loja Maçônica Cavaleiros Templários

ENTRE COLUNAS: - A PALAVRA DO GRÃO MESTRE

Caros Irmãos,

Estamos iniciando nova etapa em nossa vida maçônica. Vai longe o 17 de março de 1966 quando fomos iniciado maçom na Loja Gal. Moreira Guimarães 1ª e neste tempo ininterruptamente estivemos dedicados à Ordem. Grande Oriente do Brasil até 1973, Grande Oriente de Minas Gerais, COMAB e agora UNILOJAS. Nasce esta obediência sob o signo do amor, da fraternidade, da vontade de mudanças; de uma nova dinâmica na maneira de administrar maçonaria.

Maçonaria não pode continuar sendo Tronco de Beneficência; maçonaria não é só tradicionalismo maçônico; maçonaria não é só tese filosófica; maçonaria não é só tríplice abraço, maçonaria não é só história. Maçonaria não é só discurso, ajuda e quejandos. Maçonaria é, acima de tudo, luta sem quartel contra todos os inimigos da humanidade, mesmo que esses inimigos se acomodem sob as formas mais diversas, mesmo que se escondam sob a personalidade de maus administradores, legisladores, políticos, professores, contadores, médicos, advogados e mais uma gama de profissões. Maçonaria é justiça e responsabilidade, é tolerância energia e é luz e é calor, é sabedoria e força é beleza e dinamismo.

A maçonaria tem que, desde já, com um só golpe de malhete, quebrar a monotonia de todas as rotinas e entrar numa nova de trabalho contínuo e dinâmico, abafando, com seu grito de alerta o barulho das boatarias dos covardes, dos inúteis, dos aproveitadores da ordem, para que possamos atingir ao Supremo Objetivo da Vida que é o Bem-Estar da Humanidade, nem que para isto tenha que surgir uma nova Potência, capaz de limpar a terra dos verdadeiros inimigos da Deus e dos homens.

A Ordem Maçônica não deve e não pode cruzar os braços diante da corrupção e dos corruptos, não pode e não deve silenciar diante dos tiranos e dos injustos; não pode e não deve tolerar a ação daninha dos peculatários, dos chicaneiros, dos egoístas e dos hipócritas porque, do contrário, a Ordem será condenada pela posteridade por omissão, um dos piores pecados atribuídos ao homem.

Ilustríssimo Grão Mestre Hiroito Torres Laje

Editorial - Viemos para ficar!

Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós!

Quando meditamos sobre o principal evento do mês de setembro, a Independência do Brasil, não nos esquecemos de suas profundas raízes na Loja Comércio e Artes do Rio de Janeiro (GOB).

Não devemos nos esquecer, também do significado da Independência e suas relações com a Liberdade.

Afinal não somos todos “Livres e de Bons Costumes”?

Entretanto, essas premissas básicas parecem ter ficado em segundo plano quando nos submetemos às “Obediências” e quando estas nos tratam de forma desrespeitosa, impondo sua própria vontade aos Irmãos e oprimindo com ameaças e truculência em vez de promover e fortalecer as Lojas.

Lembremo-nos do martírio e do esforço da Verdadeira Maçonaria, sempre em prol da Liberdade e meditemos.

Creio que este simples exercício nos fará ruborizar ante nossa passividade tanto dentro da Ordem, tolerando o intolerável quanto na sociedade profana, onde em vez da justeza e da paz, reina a violência e a ignorância.

Como dizem os técnicos esportivos: Treinemos os fundamentos, lembremo-nos, irmãos, do porque nos unimos à Ordem e em prol de que valores devemos lutar.

O Editor