quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A PALAVRA DO OBREIRO: Desvario dos Tempos Modernos

DESVARIO DOS TEMPOS MODERNOS


Vivemos tempos que abrigam estranhezas e paradigmas como a recente “onda” de escolas americanas a doutrinarem conforme a “teoria” criacionista, o retorno do latim ao missal católico e, mais regionalmente, a adoção de livros de história pelo MEC com conteúdo doutrinário socialista, racista e anti-semita.

Quero esclarecer que, em primeiro lugar, nada tenho contra a crença criacionista, a ideologia socialista ou a ortodoxia católica.

Tenho contra dirigentes institucionais, supostamente a - pessoais, desejarem e agirem para implementar crenças, teorias ou posições personalíssimas a uma massa, nos casos da educação brasileira e americana, de crianças desejosas de aprender sobre o mundo e, no outro caso, dos católicos do mundo, de exercer sua fé e aprimorar-se em sua religião.

O verdadeiro crime que ora denuncio é o de tolher a liberdade destes incautos recebedores da informação controlada por esses verdadeiros ditadores desejosos de disseminar suas crenças pessoais e impingi-las aos outros à força.

Tornam suas idéias, ideais e crenças verdadeiros vírus dispostos a destruir o tecido social e substituí-lo por um outro criado à imagem e semelhança desses “líderes” autocráticos baseado, sobretudo na ignorância e no medo.

Idéias são sempre bem vindas. A defesa da liberdade de expressão é uma das bases da construção da sociedade moderna, entretanto, quando as outrora idéias são impostas a uma parcela inocente da população, deixam de ter esse nome e tornam-se doutrinas.

O desejo desses ditadorezinhos de plantão é formar uma sociedade homogênea, criada sua própria imagem e semelhança, sem vontade própria e com a criatividade e curiosidade, que nos tornam humanos, apagada.

Este simulacro de humanidade, esta maquiagem social, deve satisfazer seus superficiais desejos e sua misantropia.

Adesivistas, acautelai-vos. Rechaçar a liberdade de expressão e de pensamento equivale a assassinar senão à democracia, à própria essência da humanidade.

Contestar, desde que pacificamente, cria condições para a evolução intelectual de cada um e, por extensão, da evolução dos mecanismos e interações sociais e mantêm a sociedade íntegra e profícua.

A banalização do caos e da ignorância, pela massificação das doutrinas estupidificantes (embora fundamentadas em teorias e ideais válidos e necessários para a saúde dialética) não podem trazer, senão indivíduos desprovidos da capacidade contestatória e imaginação, características radicais do espírito humano.

Procuro evitar aderir à máxima de que todos adoram uma teoria da conspiração, mas não me posso furtar a observar que a contemporaneidade desses três fatos é, no mínimo uma grande coincidência, no meio termo, um inequívoco sinal dos tempos e, no outro extremo, algo muito pior.

Lembro-me que uma das inúmeras interpretações do código Morse para o pedido de socorro é S.O.S – Save Our Souls – Salvem nossas almas.

Salvemos nossas mentes antes que seja tarde!

Clovis Osório Vieira

Obreiro da Loj Maç Montsalvat


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